Centenas de pessoas compareceram na última sexta-feira (23) ao Clube do Povo, em Coruripe, para acompanhar a audiência pública realizada como parte do processo de licenciamento ambiental para instalação do estaleiro Eisa Alagoas no município. Representantes do Governo, do Grupo Synergy e políticos da região participaram do encontro e informaram que os vários setores envolvidos estão preparando a estrutura adequada à instalação do empreendimento.
A Secretaria de Estado da Educação informou que, até junho, a Escola Estadual de Educação Profissional e Tecnológica que está sendo instalada no município, para preparação de mão de obra para o estaleiro, estará em funcionamento.
No início da audiência, o prefeito de Jequiá da Praia, Marcelo Beltrão, perguntou o que acontecerá com as comunidades de pescadores que necessitam sobreviver da região. O consultor Carlos dos Anjos, responsável pelo Estudo de Impacto Ambiental e pelo Relatório de Impacto ao meio Ambiente (EIA/Rima) informou que haverá ações compensatórias sobre a área degradada e também no entorno do empreendimento. Para cada hectare de mangue supresso, outro hectare será plantado
“Não há chance de retirar recifes de Coruripe. Muito pelo contrário, uma das condições para o estaleiro vir para Coruripe foi exatamente a formação dos recifes, necessários para dar a estabilidade de fundeio às embarcações”, explicou o consultor.
Pescadores representantes da Colônia Z10 disseram ter consciência de que haverá impactos ambientais. No entanto, disseram estar informados sobre as compensações. O grupo reivindicou que, após a conclusão dos estudos realizados pelo IMA e Ibama, seja feita uma audiência exclusiva com a categoria para orientá-los sobre a melhor forma de aproveitamento dos recursos pesqueiros.
O secretário de Estado do Desenvolvimento, Luiz Otávio Gomes, representou o governador Teotonio Vilela Filho na audiência. Segundo ele, Alagoas nunca viu um empreendimento de o porte do estaleiro.
Luiz Otávio explicou as dimensões e as finalidades do empreendimento. “O estaleiro prevê a instalação de três plantas industriais, uma delas para reparos de navio que poderão vir do mundo todo e outra de off shore, para construção de plataformas, o que no total gerará 10 mil empregos”, explicou.
Sobre a questão ambiental, Luis Otávio Gomes informou que IMA, Ibama e MPE estão juntos trabalhando e fiscalizando para garantir que todas as compensações sejam feitas de forma a garantir o desenvolvimento sustentável.
O prefeito Marx Beltrão elogiou a política de desenvolvimento implantada pelo atual governo e defendeu a junção de esforços para dinamizar o crescimento do Estado. “Hoje muitos alagoanos podem colocar comida na mesa graças aos avanços que o governador, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, trouxe para o Estado. Esperamos que em breve possamos dar esta oportunidade ao povo de Coruripe com a implantação do estaleiro”, disse.
A audiência pública sobre o estaleiro Eisa Alagoas foi solicitada pelo presidente da Sociedade Civil Mãe Natureza, José Luiz Malta Argolo. Ele perguntou por que o Grupo Synergy escolheu AL para construir uma planta maior que a sede no Rio, que comporta 3 mil empregos.
O representante do estaleiro, Manoel Ribeiro, esclareceu que o Grupo encontrou terrenos mais próximos da sede, mas o Estado de Alagoas ofereceu as melhores condições. “Quem ofereceu o melhor acolhimento, a melhor recepção, foi o governo de Alagoas, diferente de outros estados, inclusive do Rio de Janeiro. Este foi o fator determinante. Ambiente, clima, tudo contribuiu para a eleição de Alagoas”.
Manoel Ribeiro explicou que os procedimentos para a realização do Estudo de Impacto Ambiental estão dentro do que determina o Conama e que o empreendimento também está atento aos impactos de natureza social. “Antes de começar a operar, o estaleiro prevê a compra de moradia para os trabalhadores, capacitará os profissionais e trará benefícios. A contrapartida do Estado são os benefícios fiscais. Os funcionários de metalurgia, por exemplo, ganharão cerca de cinco vezes mais que os empregados da construção civil, além de benefícios como plano se saúde e refeições”.
Questionado sobre os impactos na infraestrutura de serviços públicos, Ribeiro disse que está tudo contemplado no projeto. “Uma subestação que ficará no Poxim já foi acertado com a Ceal, além disso, a hipótese de falta de energia será suprida com estaleiros próprios”.
Todas as propostas levantadas serão estudadas e analisadas pelos técnicos do IMA e o que foi exposto durante a audiência publica será incluído no projeto.
A audiência pública é um instrumento legal determinado pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) pelo qual a população toma conhecimento do projeto que será instalado em determinada região, além dos impactos potenciais sobre o meio ambiente.
O estaleiro Eisa Alagoas será instalado no Pontal de Coruripe com a previsão de R$ 1,5 bilhão de investimentos e geração de 4.500 empregos diretos, além de milhares de indiretos, com impacto positivo sobre a realidade econômica de todo o Estado.
Participaram da audiência secretários de Estado, prefeitos e políticos da região Sul, além da comunidade em geral.
Fonte: Agência Alagoas
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