Receba notícias em seu email

Navalshore

Preço do petróleo pode baixar ainda mais, estima agência

Os mercados globais de petróleo poderão "se afogar num excesso de oferta", com preços ainda mais baixos, conforme o crescimento da demanda desacelerar e o Irã retomar suas exportações com o fim das sanções. As previsões são da Agência Internacional de Energia (AIE).

O órgão cortou as estimativas para a demanda global de petróleo em 2016, acompanhando a desaceleração do crescimento econômico da China. E, embora preveja que a oferta por países de fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) vai cair em 600 mil barris diários em 2016 (a baixa mais acentuada desde 1992), a volta do Irã ao mercado poderá preencher essa lacuna até o meio do ano. Como resultado, os mercados mundiais podem receber um excedente de 1,5 milhões de barris por dia.


PUBLICIDADE



"Embora o ritmo de formação de estoques vá diminuir na segunda metade do ano, com a queda da oferta dos produtores de fora da OPEP, a menos que algo mude, o mercado de petróleo pode se afogar em excesso de oferta", diz relatório da entidade sediada em Paris e que presta consultoria para as economias industrializadas. Os preços "podem ficar menores".

Cotações hoje

Em Londres, o petróleo tipo Brent teve um dia de recuperação, embora a cotação do barril ainda esteja abaixo de US$ 30. Perto das 16h (hora de Brasília), o contrato para março subia 2,2%, para US$ 29,18. Os investidores reagiam aos dados do PIB da China, que cresceu 6,9% em 2015. A interpretação é de que o resultado poderia ter sido pior e que, diante da falha em atingir a meta de 7%, o governo chinês poderia implementar medidas de estímulo econômico. 

Em Nova York, contudo, o barril do petróleo tipo WTI recuava 1,8% no contrato para fevereiro, a US$ 28,29. As estimativas da AIE e o crescimento dos estoques americanos influenciam as cotações. 

Mais estoques

O petróleo caiu ao menor preço em 12 anos, ao sair por menos de US$ 28 o barril no mercado londrino na segunda-feira. Foi uma reação à remoção das sanções internacionais sobre o Irã no fim de semana. Isso permitirá ao país retomar as exportações de petróleo, ameaçando aumentar ainda mais o excesso de produção criado pelos membros da OPEP e pela exploração de xisto pelos EUA. A Arábia Saudita, o maior exportador de petróleo, sinalizou novamente no domingo que não vai ceder em sua estratégia de preservar sua cota de mercado, mesmo com os preços em queda.

O Irã pode ser a única fonte de crescimento da oferta da Opep neste ano, já que o Iraque não deve elevar a produção, diz a AIE. As sanções internacionais ao Irã, incluindo aquelas aplicadas no setor de petróleo, foram suspensas em 16 de janeiro, quando o país aceitou os termos de um acordo para reduzir seu programa de desenvolvimento nuclear.

O exportador do Golfo Pérsico poderia adicionar 300 mil barris por dia até o final do primeiro trimestre e 600 mil barris por dia até o meio do ano, calcula a AIE. Embora essa estimativa seja inferior ao plano inicial de ofertar 1 milhão de barris diários no meio do ano, ela ainda pode ser suficiente para diminuir ainda mais os preços do petróleo. 

O crescimento da demanda mundial por petróleo caiu no quarto trimestre para a menor taxa em um ano, em meio a um inverno mais ameno e ao enfraquecimento econômico nos produtores de commodities. O crescimento do consumo vai abrandar este ano para 1,2 milhão de barris por dia, ou 1,3%, face a 1,7 milhão de barris diários em 2015, de acordo com o relatório.

A produção da Opep, cuja composição aumentou no mês passado com o retorno da Indonésia, caiu em 90 mil barris por dia para 32,28 milhões diários em dezembro, com a ligeira baixa na oferta da Arábia Saudita e do Iraque, de acordo com o relatório. Essa quantidade ainda é cerca de 600 mil barris diários acima da média de 31,7 milhões exigida em 2016.

Com o fornecimento da Opep em potencial expansão e a desaceleração do crescimento da demanda, os estoques globais poderia aumentar em mais 285 milhões de barris em 2016, após o excesso de 1 bilhão de barris no ano passado, estima a AIE. Como a disponibilidade de armazenamento em terra está mais apertada, pode ser rentável estocar o excesso bruto em navios-tanque no mar, diz a agência.

Fonte: Bloomberg






   Zmax Group    ICN    Antaq
       

NN Logística

 

 

Anuncie na Portos e Navios

 

  Sinaval   Syndarma
       
       

© Portos e Navios. Todos os direitos reservados. Editora Quebra-Mar Ltda.
Rua Leandro Martins, 10/6º andar - Centro - Rio de Janeiro - RJ - CEP 20080-070 - Tel. +55 21 2283-1407
Diretores - Marcos Godoy Perez e Rosângela Vieira