A prefeita de Fortaleza Luizianne Lins pôs ontem, um ponto final na discussão em torno da possibilidade de instalação do Estaleiro Promar Ceará, na Praia do Titanzinho, no bairro do Serviluz. "Nós somos contra a instalação do estaleiro na Praia do Titanzinho", reiterou a prefeita, seguidamente, por duas vezes, após solenidade de assinatura de convênios com o Ministério do Turismo (Mtur), para melhoria da infraestrutura de alguns pontos turísticos da Capital cearense.
Indagada sobre a possibilidade de o empreendimento ser construído de forma integrada ao Projeto Aldeia da Praia, como pensa o governo do Estado, a prefeita foi enfática e repetiu: "Nós somos contra a instalação do Estaleiro na Praia do Titanzinho, e se perguntar de novo, vou repetir o mesmo mais uma vez". Luizianne disse ainda, que está disposta a utilizar da sua prerrogativa de chefe do Executivo Municipal para barrar a concessão de qualquer alvará ou documento que viabilize o empreendimento na cidade.
"Após (o início) o governo Lula, não se pode construir nada na cidade, sem a anuência (alvará de funcionamento) do município", enfatizou.
Segundo ela, situação semelhante enfrentou o ex-governador Lúcio Alcântara, quando quis construir o Museu do Mar, na Praia de Iracema.
"A carta de anuência (para o Museu do Mar) nós não demos e a mesma coisa vai acontecer com o projeto do estaleiro", sentenciou a prefeita. De acordo do com ela, de nada adiantará o governo do Estado, conseguir a cessão da área do Titanzinho, junto à Superintendência do Patrimônio da União (SPU), que a Prefeitura não irá conceder a licença urbanística necessária para instalação equipamento.
Projeto Orla
Em entrevista exclusiva ao Diário do Nordeste, na tarde de ontem, a prefeita enfatizou que a proposta do Município para a área é o Projeto Orla. "Apesar dessa polêmica toda na cidade, vamos continuar firmes mantendo o Projeto Orla", asseverou. "Não se trata de um projeto se contrapor ao outro, mas achamos que a orla de Fortaleza não pode desperdiçar um espaço bonito como aquele, de contemplação, que pode ser aproveitado para potencializar o turismo de Fortaleza, e ser obstruída com o equipamento que não tem sentido", defendeu a prefeita.
Para ela, o estaleiro é um empreendimento passageiro, que poderá ser transferido após a construção dos oito navios gaseiros licitados pela Transpetro. "Não podemos sacrificar aquela área. E o depois?, questionou, reafirmando que, a gestão das cidade é prerrogativa da Prefeitura municipal.
Luizianne disse ainda, que não pretende criar polêmica sobre o assunto, pelo contrário, mas dizer que "a cidade está toda pensada", além do que o empreendimento iria de encontro ao plano diretor da cidade. "Um estaleiro ali desestrutura o planejamento que a gente tem para a orla marítima", disse.
Sem recursos
Ela confirmou no entanto, que o município ainda não dispõe dos recursos necessários para a construção do Projeto Orla.
Disse, porém, que pleito nesse sentido, foi feito ao governo federal desde de 2005, e que através da CAF, pretende conseguir US$ 166 milhões, para a intervenção completa do projeto, o que não impede que ele seja executado por partes.
Questionada se conseguirá iniciar as obras antes do fim do atual mandato, concluiu: Espero conseguir dinheiro. Está achando pouco a quantidade de obras?
E o Cid?
"Temos uma relação muito solidária com o governo do Estado, com o governador, mas no que diz respeito a isso, vamos, no campo da ideias discordar. "Acho que estamos dando um exemplo democrático de que, no campo das ideias, podemos envolver os diversos setores da sociedade, e manter suas posição e continuar aliados, parceiros", ponderou Luizianne Lins. "Não vamos brigar com o governador por conta do estaleiro", concluiu a prefeita.
(Fonte: Diário do Nordeste(CE)/CARLOS EUGÊNIO)
PUBLICIDADE