As perspectivas são muito boas para o Espírito Santo em 2011 no que se  refere à arrecadação de royalties: em relação ao ano passado, os caixas  do governo estadual e dos 78 municípios deverão receber algo em torno de  R$ 1,2 bilhão numa estimativa conservadora. Mas, esse dinheiro chegará  somente se não forem alteradas as regras em vigor para a distribuição de  royalties de petróleo e gás.
 
 A previsão de arrecadação do dinheiro do petróleo foi feita pelo  secretário estadual de Desenvolvimento, Márcio Félix Bezerra, a partir  do que o Estado e os municípios produtores receberam em 2010, além dos  que não produzem. No ano passado, foram repassados ao Estado e cidades  capixabas cerca de R$ 800 milhões.
 
 Considerando o aumento da produção estimado para este ano, tanto nos  campos marítimos quanto nos poços em terra, e considerando também a  variação cambial, espera-se um aumento de 50%, ou seja, serão pelo menos  mais R$ 400 milhões que serão repassados pelas companhias petrolíferas  que produzem petróleo e gás no Estado.
 
 A produção no Estado chegou a 300 mil barris por dia no final de  dezembro, mas não foi a média do mês. Em função de paradas de  plataformas e mesmo declínio de poços em terra, a expectativa é de que,  em 2011, a média mensal de produção fique em torno de 300 mil barris por  dia, podendo superar esse volume em alguns dias ou mesmo semanas. Essa  média é que deverá gerar R$ 1,2 bilhão de royalties ao longo do ano.
 
 Polêmica
 
 Essa situação poderá não se concretizar caso o Congresso nacional não  aprove o projeto de lei encaminhado pelo presidente Luiz Inácio Lula da  Silva na última semana de dezembro de 2010. Antes de encaminhar esse  projeto de lei, Lula vetou o artigo da lei, aprovada na Câmara e no  Senado, que previa a distribuição igualitária dos royalties para todos  os municípios e Estados brasileiros.
 
 O novo projeto propõe a manutenção da distribuição dos royalties  exatamente como vem sendo feita para as áreas que já foram concedidas.  Isso significa que no caso dos campos em produção e os que ainda não  produzem, mas já foram leiloados pela Agência Nacional do Petróleo  (ANP), tudo fica como está.
 
 Em relação às áreas do pré-sal, que despertam a cobiça dos governadores e  prefeitos que hoje não recebem como produtores, o projeto prevê  alíquotas diferenciadas. Essa é a proposta que será discutida e votada  no Congresso ao longo deste ano.
 
 Depois de muita negociação entre Lula e os governadores do Rio e  Espírito Santo, a proposta ficou a seguinte: 25% para os Estados  produtores; 6% para municípios produtores; 3% para municípios com  equipamentos para embarque e desembarque; 22% para municípios não  produtores, 22% para Estados não produtores e 22% para a União.
 
 Como é.
 Atualmente, as empresas que produzem petróleo no Brasil pagam 5% de  royalties sobre a produção de petróleo e 10% a título de Participação  Especial (PE), que é paga somente no caso de produção nos grandes campos  marítimos.
 
 Concessão.
 O projeto que está no Congresso propõe que nas áreas já concedidas,  mesmo as que ainda não estão em produção, a distribuição permaneça como é  feita atualmente.
 
 Pré-sal.
 A mudança ocorrerá somente nas áreas localizadas na camada do pré-sal  que ainda serão licitadas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Com  isso, a divisão dos royalties passaria a ser feita da seguinte maneira:  25% para os Estados produtores; 6% para municípios produtores; 3% para  municípios onde houver locais para embarque e desembarque de petróleo;  22% para municípios produtores; 22% para Estados produtores e 22% para  União.
 
 Negociação.
 A aprovação do projeto vai depender, no entanto, de muita negociação uma  vez que o projeto de lei foi encaminhado pelo presidente Luta a partir  de uma negociação feita com os governadores do Rio, Sérgio Cabral; e do  Espírito Santo, Paulo Hartung. Os dois Estados são hoje os maiores  produtores de petróleo e gás do país. O Congresso que votará o projeto  de lei, no entanto, foi renovado. Além disso, há mudança entre os  governadores também e tudo isso poderá dificultar a aprovação do  projeto.
 
 Projeto para construção de usinas em 2011
 
 O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou na semana que  passou que espera aprovar, em 2011, o projeto para a construção de  quatro novas usinas nucleares no país. O Brasil possui duas usinas,  ambas em Angra dos Reis (RJ). Uma terceira, no mesmo local, será  construída e deve entrar em operação no final de 2015. Segundo Lobão,  será realizado, neste ano, uma reunião do Conselho Nacional de Política  Energética (CNPE) para autorizar a construção das novas usinas. Ainda  não há estimativa sobre o investimento necessário, a potência das  futuras usinas e também o cronograma. Apesar da localização exata das  usinas não estar definida, Lobão disse que duas devem ser construídas no  Nordeste e as outras duas no Sudeste, "em São Paulo, Minas Gerais ou  Rio de Janeiro". Lobão praticamente descartou o Espírito Santo, um dos  Estados que vinha sendo considerado para a localização da usina.
Fonte: A Gazeta (ES) Vitória/Denise Zandonadi
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