O presidente da OGX, Paulo Narcélio, afirmou na sexta-feira que a reinclusão das subsidiárias austríacas no processo de recuperação judicial do grupo vai facilitar a negociação com os credores internacionais (bondholders), para quem a petroleira deve cerca de US$ 3,6 bilhões.
"A reinclusão da Áustria dentro do nosso processo foi bom. Teríamos que lidar com duas [recuperações judiciais] e agora só teremos que lidar com uma", disse o executivo, que participou de assembleia geral extraordinária da petroleira, no Rio de Janeiro. "Isso facilita a negociação com os bonds da Áustria e evita um esforço adicional da equipe", completou.
O presidente da OGX acrescentou que a companhia deverá entregar o plano de recuperação judicial dentro do prazo estipulado de 60 dias. "A companhia continua fazendo esforços para obter recursos necessários para operação e apresentação do plano de recuperação judicial", afirmou.
Narcélio disse ainda que todos os compromissos da OGX com relação ao bloco BS-4, na Bacia de Santos, junto à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) estão em dia. "Não existe nenhuma irregularidade com relação ao BS-4."
O executivo também contou que o quadro de funcionários da OGX foi reduzido da ordem de 300 pessoas, no início do ano, para 156 pessoas. "Estabilizamos o quadro em cerca de 150 funcionários", afirmou. "Os salários estão em dia. E se observarem no nosso pedido de recuperação judicial, não existe nenhuma dívida trabalhista", completou.
Narcélio informou que nos próximos dias será conectado o segundo poço do sistema de produção do campo de Tubarão Martelo. O início de operação no campo foi antecipado na edição de sexta-feira do Valor e confirmado pela companhia.
"Não vamos divulgar a produção diária porque é um início de produção e vai se estabilizar em um certo patamar. A gente tem tentado evitar ao máximo especulações, inclusive sobre a produção diária. Isso não é só neste momento. A política da companhia será essa", disse o executivo.
Há duas semanas, Narcélio havia dito que a ideia era conectar os dois poços simultaneamente, mas não foi possível devido às condições ruins do mar e do clima. "O próximo poço será conectado em dois ou três dias. O mar não está ajudando."
Fonte: Valor Econômico/Rodrigo Polito | Do Rio
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