Os bônus da OGX voltaram a cair ontem, em uma semana marcada pela revisão nas reservas de petróleo da companhia, pelo calote no pagamento de juros aos credores e crescente possibilidade de recuperação judicial.
Os títulos da emissão com vencimento em 2018 e os que expiram em 2022 baixaram para 14% do valor de face, segundo operadores. Nos últimos dias, os papéis da OGX já estavam pressionados, mas ainda se mantinham acima de 15,5%.
O que aprofundou a queda dos bônus ontem foi a divulgação de relatório da consultoria Degolyer & MacNaughton que revisou para baixo as reservas estimadas para o campo de Tubarão Martelo. A quantidade de reservas prováveis foi reduzida de 102 milhões de barris de óleo equivalente para 87,9 milhões de barris. Não há reservas provadas.
Segundo um gestor de recursos, a revisão foi um duro golpe para os detentores de bônus porque Tubarão Martelo é o único ativo que oferece alguma esperança de geração de receita para a OGX. A revisão torna ainda mais delicadas as perspectivas para a petrolífera controlada por Eike Batista.
Em busca de uma solução que ao menos garanta fôlego para o curto prazo, executivos da OGX e assessores contratados pela empresa viajaram para Nova York para tentar algum acordo com os detentores de bônus e conversar com possíveis investidores.
A companhia detém US$ 3,6 bilhões em de bônus e vem tentando costurar um acordo com os principais investidores - grupo encabeçado pelas gestoras Pimco e Blackrock. Nesta semana, a OGX deu um calote de US$ 45 milhões no pagamento de juros aos detentores dos papéis com vencimento em 2022. A empresa tem 30 dias para resolver a situação. Após esse prazo, os credores poderão protestar a dívida.
Fonte: Valor Econômico/ Talita Moreira | De São Paulo
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