Com objetivo de aumentar a segurança em embarcações e qualificação de mão de obra nacional, duas demandas em crescimento por conta da exploração de petróleo na camada do pré-sal, a Rolls-Royce inaugurou em março, em Niterói (RJ), o seu primeiro centro de treinamento (CT) marítimo no Brasil. Os primeiros cursos oferecidos são de posicionamento dinâmico (DP, na sigla em inglês) e de operação de guincho. Quando estiver em plena operação, a unidade, cujos investimentos totalizaram R$ 8,4 milhões, terá capacidade de qualificar cerca de 800 profissionais por ano.
A missão do CT é treinar os próprios funcionários e os clientes da multinacional que operam navios de apoio offshore e atuam na exploração de óleo e gás em águas profundas. A unidade está localizada junto ao Centro de Serviço da Rolls-Royce em Niterói, dedicado a serviços de manutenção, reparo e revisão marítimos, em um terreno que ocupa 2,1 mil metros quadrados.
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— Para nós, a construção do centro de treinamento é um desenvolvimento natural do mercado brasileiro. É importante estar perto do consumidor, onde as coisas acontecem — explica John Knudsen, presidente do setor Offshore da Rolls-Royce. “Niterói tem uma vantagem na localização por ser relativamente de fácil acesso e por ser um hub de construção naval no Rio de Janeiro. Você vê todos aqueles navios ancorados na Baía de Guanabara e percebe o quão forte são as oportunidades no mercado offshore na região”, diz.
A companhia começou a pensar em montar um CT no Brasil há três anos. E a ideia ganhou força quando a Rolls-Royce foi procurada por algumas empresas, incluindo a Petrobras, que tinham interesse que a multinacional instalasse um centro de treinamento no país. “Viemos para o Brasil para atender uma demanda do mercado”, disse Knusden. Segundo Francisco Itzaina, presidente da Rolls-Royce na América Latina, a proposta original era construir uma unidade que atendesse diversos setores, não só o marítimo. Mas como a necessidade por qualificação do campo marítimo era mais urgente, a empresa optou por construir o centro em Niterói, que atende 30% do público que pretendia qualificar inicialmente, afirma Paulo Rolim, diretor geral da Divisão Marítima da Rolls-Royce Brasil. “Ainda temos planos para montar uma CT maior, mas construímos um menor para atender à demanda da Petrobras. Tivemos várias reuniões com representantes da estatal onde discutimos a segurança em operações offshore.”
A unidade conta com um simulador principal com duas cadeiras de operador que, segundo a empresa, permite a formação de uma equipe de treinamento interativa com um leque diversificado de opções de planejamento de cenários. Além disso, duas cúpulas simuladoras (que proporcionam uma visibilidade no horizonte de 180º) estão instaladas para simulações de guincho e são projetadas para que a tripulação aperfeiçoe suas técnicas de operação em ambientes ultrarrealistas. Uma cúpula similar possui um simulador de guindaste.