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Scotiabank foca infraestrutura

Com cerca de US$ 600 bilhões em ativos pelo mundo, o banco canadense Scotiabank chega agora ao Brasil com o objetivo de fechar negócios com empresas ligadas aos setores de infraestrutura, principalmente de energia, petróleo, gás e agricultura.

Para garimpar essas oportunidades no Brasil, o Scotiabank chamou Armando Mariante, que ocupava a vice-presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para as áreas de indústria, comércio exterior e operações internacionais.

Depois de mais de uma década no setor público, com duas passagens pelo BNDES e uma pelo Inmetro, Mariante diz, em tom de brincadeira, que resolveu se "privatizar" depois de conhecer a instituição canadense em uma visita ao banco estatal brasileiro. O nome do executivo, porém, ainda depende da aprovação do Banco Central.

"O Scotia quer replicar no Brasil aquelas atividades que conhece bem, em que o banco já é forte no Canadá", diz Mariante. A instituição tem, por exemplo, uma unidade dedicada apenas às transações de fusões e aquisições da área de óleo e gás, a Scotia Waterous.

O banco canadense abriu suas portas oficialmente no Brasil em 3 de outubro, depois de obter do Banco Central a autorização para comprar a subsidiária no país do alemão Dresdner, do grupo Commerzbank. A transação, que demorou um ano para ser aprovada, não teve seu valor divulgado.

O Scotia já estava presente em diversos países da América Latina, como Chile, México, Peru, Uruguai e Colômbia, e rondava o Brasil fazia anos, segundo Mariante. No mundo, tem atividades em 50 países. "O banco dá preferência a aquisições e não tinha encontrado uma boa oportunidade ainda. Mas é fato que as perspectivas de crescimento do Brasil nas diversas áreas de infraestrutura atraíram a matriz", diz o presidente do banco.

Além da licença para atuar como banco múltiplo, com o Dresdner, o Scotia já herdou uma equipe de cerca de 50 funcionários, que passaram ao comando da instituição canadense. Porém, o grupo já está sendo ampliado para atender aos planos futuros do Scotia.

"O Dresdner tinha boas pessoas para o banco de investimento, mas não para a atividade de crédito", afirma Mariante. A preferência do banco, diz, é por começar o relacionamento com uma empresa por meio da atividade de crédito e depois oferecer serviços típicos de um banco de investimento.

Para abastecer as companhias, o banco canadense trouxe ao Brasil um capital inicial de cerca de US$ 150 milhões. Esse valor, entretanto, deve crescer em breve. Sem explicitar valores, Mariante diz que o Scotia não impôs limitações de capital ao Brasil.

Por isso, a equipe está sendo reforçada. Especializado na área de agronegócios, Alexandre Marcondes Costa saiu da Bunge. E Paulo Andre Bernardo, que atua com empresas de óleo e gás, trabalhou no banco BBVA.

Os bancos canadenses têm atravessado a crise que assola a Europa sem solavancos, o que tem deixado espaço para aquisições. No mês passado, o Scotia fechou a compra de 20% do chinês Bank of Guangzhou por US$ 728 milhões.

(Fonte:Valor Econômico/Carolina Mandl | De São Paulo)






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