Os royalties ajudam a amenizar os impactos urbanos e ambientais e a levar à população os investimentos de que o Estado precisa
 
 O Espírito Santo é o Estado que corre maior risco de perda de receita  com a divisão dos royalties do petróleo e com a proposta do Governo  Federal para a reforma tributária. O alerta foi feito na manhã de ontem  quinta-feira (16) pelo secretário de Estado da Fazenda, Maurício Cézar  Duque, durante a abertura do 40º Encontro Nacional de Coordenadores e  Administradores Tributários Estaduais (Encat), em Pedra Azul, Domingos  Martins. 
 
 Para uma plateia formada por técnicos fazendários de todos os Estados  brasileiros, Maurício Duque afirmou que a maioria dá atenção apenas aos  valores envolvidos, quando se discutem as emendas Ibsen/Simon, que  tramitam no Congresso Nacional e causam perdas para o Espírito Santo.  "Poucos conhecem a questão dos royalties. Seria importante que todos  conhecessem bem os problemas envolvidos na cadeia do petróleo", disse,  referindo-se a demandas como infraestrutura e desenvolvimento urbano,  necessários para acomodar e atender às indústrias e aos trabalhadores  ligados ao setor.
 
 Segundo o secretário, os royalties ajudam a amenizar os impactos urbanos  e ambientais e a levar à população os investimentos de que o Estado  precisa. "Por isso, o Espírito Santo vai defender seus interesses até o  fim. Não achamos correta a divisão da forma como está colocada",  ressaltou.
 
 Maurício Duque explicou que o Espírito Santo aceita discutir  alternativas que garantam o desenvolvimento de todas as regiões, para  evitar a formação de "ilhas de prosperidade" em contraste com áreas de  pobreza absoluta. "Mas não vamos abrir mão de um recurso que é  fundamental para o Espírito Santo. Por isso, acreditamos que será  possível chegar a propostas com um bom termo", destacou.
 
 O secretário da Fazenda do Espírito Santo também defendeu o Fundo de  Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap), que vai ser  inviabilizado, caso seja aprovada a proposta de reforma tributária do  Governo Federal de reduzir as alíquotas interestaduais de ICMS de 12%  para 2% em quatro anos. Maurício Duque lembrou que o Fundap não é um  incentivo fiscal, mas um mecanismo criado há mais de 40 anos para o  desenvolvimento da atividade portuária, como forma de compensar as  perdas do Espírito Santo com a erradicação dos cafezais. "É um mecanismo  transparente, orçamentário. Não pode ser tratado como algo que foi  criado para acabar com a indústria nacional", ponderou.
 
 O secretário afirmou que o Espírito Santo chegou à atual situação  econômica e fiscal "com muita luta" e disse que conta com a ajuda dos  demais Estados para evitar que essas ameaças de perdas se concretizem.
 
 O Encat reúne cerca de 150 técnicos das Secretarias da Fazenda de todos  os Estados até hoje (17), no Aroso Paço Hotel, em Pedra Azul.  O  objetivo do encontro é debater e definir ações relacionadas a assuntos  das Receitas Estaduais. 
 
 "O Encat é um fórum técnico, que busca soluções do ponto de vista fiscal  e tecnológico, com o objetivo de desburocratizar e modernizar a  administração tributária para reduzir o custo do contribuinte e,  consequentemente, o chamado custo Brasil", explica a gerente Fiscal da  Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), Mônica de Araújo Saldanha.
 
 Fonte: ES Hoje
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