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Segundo Ibama, não há nada de 'concreto' sobre estaleiro Eisa

Grupo Energy ainda não enviou projeto de impacto ambiental com pedido de licença; para secretário, Eisa "já é realidade"

Secretário se mostra confiante na implantação do estaleiro em Alagoas

Está tudo certo, o Eisa será de Alagoas, sua implantação já poderá começar em setembro, mas, de concreto mesmo, ainda não existe nada. Segundo informação obtida no final de semana pelo PRIMEIRA EDIÇÃO, junto à assessoria do Ibama estadual, até agora o Grupo Energy não enviou à direção do órgão, em Brasília, projeto com pedido de liberação do licenciamento definitivo para a instalação do Eisa.

O movimento pró-estaleiro continua, a bancada federal está empenhada, o governo alagoano já fez sua parte, mas falta a materialização do projeto. Um dos principais entusiastas do Eisa, o secretário de Planejamento e Desenvolvimento, Luiz Otávio Gomes, disse à reportagem do PE que o estaleiro só não é uma realidade para os incrédulos.

O fato, entretanto, é que, anunciando em outubro de 2008, o Eisa ainda não conseguiu sair do papel, o Ibama não tem prazo para conceder a licença ambiental e, diante de cenário tão indefinido, muitos alagoanos reagem com o ceticismo de São Tomé, o discípulo de Jesus Cristo que só acreditava vendo.

VÁRIOS PRAZOS DESCUMPRIDOS
O Eisa ainda não chegou, mas os prazos para o início de sua implantação foram muitos: primeiro trimestre de 2010, depois 01 de setembro 2010 e agora setembro de 2011.
Para o secretário Luiz Otávio Gomes, o estaleiro está mais do que concretizado. “Os incrédulos continuam não acreditando. Mas para os crédulos como eu e o governador Teotônio Vilela, que nunca deixamos de acreditar, o estaleiro é uma realidade”.

À reportagem do PE, Luiz Otávio garantiu, quarta-feira, que as questões com o Ibama estão completamente resolvidas. O órgão exigiu um novo estudo de impacto ambiental que já está sendo feito. “Esse estudo estará pronto no próximo dia 25 e até 30 de junho será entregue”. Ele afirmou que até o final de julho terá a licença prévia e até final de agosto a licença de implantação. “Em setembro o empresário German Efromovich confirmou que já inicia as obras”.

LICITAÇÃO DA PETROBRAS
Além disso, o estaleiro Eisa já vai participar da próxima licitação da Petrobrás para construção de 21 navios-sondas para trabalhar na camada do pré-sal. “A presidenta Dilma garantiu ao senador Benedito de Lyra que Alagoas, através do Estaleiro Eisa, com certeza absoluta, participará do processo licitatório”, disse.

O secretário afirmou que o processo de licenciamento no Brasil é complexo, difícil. “O nosso caso já se arrasta por quase dois anos, mas há casos que se arrastam há cinco, seis, sete anos”.

Quanto à possibilidade de perder o estaleiro, Luiz Otávio ressaltou que o empresário German Efromovich afirmou ao governador que ficará com Alagoas até o fim. “Já era para ele ter desistido com todos esses percalços, mas graças à competência do governador Teotonio Vilela, graças à credibilidade do governo e também do Estado de Alagoas, ele permanecerá conosco”.

PALAVRA DO IBAMA
A assessoria de comunicação do Ibama/AL informou à nossa reportagem que não havia, até o fechamento desta edição, nenhuma comunicação oficial junto ao Ibama nacional sobre o pedido de licenciamento do Estaleiro Eisa/AL.

Ainda de acordo com a assessoria, o Ibama/AL enviou um memorando à diretoria de licenciamento do Ibama nacional e está aguardando uma resposta do órgão para se posicionar oficialmente.

O governador Teotonio Vilela anunciou, em outubro de 2009, a construção do estaleiro Eisa Alagoas. A obra está orçada em R$ 1,5 bilhão. O empreendimento será instalado no Pontal de Coruripe, litoral Sul de Alagoas, em uma área de dois milhões de metros quadrados. Contará com três plantas industriais: uma para construir navios, outra para fazer reparos de navios e uma terceira para construção de navios petroleiros.

Os recursos para a construção do estaleiro virão do Fundo da Marinha Mercante, dos financiamentos internacionais e principalmente do financiamento do BNDES e ainda do Banco do Nordeste.

Fonte:Jornal Primeira Edição/Luciana Martins


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