Os bônus internacionais de referência da Petrobras estão tendo o pior desempenho em quase dois meses, com especulações de que a estatal será forçada a aumentar o endividamento após adiar a oferta de ações. O rendimento nos títulos em dólar da Petrobras com cupom de 5,75% e vencimento em 2020 subiu 28 pontos-base, ou 0,28 ponto percentual, para 5,72%. Esse é o maior aumento desde a primeira semana de maio, de acordo com dados compilados pela "Bloomberg". O rendimento adicional que os investidores exigem para deter os papéis em vez de dívida do governo brasileiro pulou de 94 pontos base no fim da semana passada para 121 pontos na quinta-feira, o nível mais alto desde que os títulos foram emitidos em outubro do ano passado.
O presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli, adiou os planos de levantar até US$ 25 bilhões por meio de oferta de ações a acionistas minoritários, à espera de avaliação sobre as reservas de petróleo que o governo pretende trocar por ações como parte do acordo. "O fator-chave é quanto eles vão levantar no mercado de ações", disse José Luis Villanueva, diretor da Fitch Ratings Ltd., em entrevista por telefone de Nova York. Segundo ele, a venda de ações vai determinar "a dívida adicional que a Petrobras vai ter de emitir, e isso pode impactar seus indicadores de crédito no médio e longo prazos".
Fonte: Valor Econômico/ Gabrielle Coppola e Tal Barak Harif, Bloomberg News
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