RIO E SÃO PAULO - A Sete Brasil informou que não há respaldo legal para o cancelamento do contrato de fornecimento de sete sondas de perfuração pelo Estaleiro Atlântico Sul (EAS). Conforme informado pelo Valor na sexta-feira, o EAS, formado pela Camargo Corrêa, Queiroz Galvão e investidores japoneses, enviou carta à companhia comunicando que pretende suspender o contrato por falta de pagamento.
“A Sete Brasil confirma que o Estaleiro Atlântico Sul enviou carta comunicando a intenção de cancelamento de contrato. No entanto, a empresa afirma que não há suporte legal para isso. O [departamento] jurídico da Sete Brasil já está estudando as medidas a serem adotadas”, informou a empresa, em nota.
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A Sete Brasil acrescentou que só não assinou o contrato de financiamento de longo prazo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), aprovado em 2013, “em decorrência do que foi apontado pela Operação Lava Jato”. “A atual direção da Sete Brasil acredita e afirma categoricamente que o projeto de construção das 29 sondas representa um fundamental marco para a indústria naval nacional e para o desenvolvimento do país”, completou a empresa.
Na sexta-feira, o Valor informou que o EAS propôs a fabricantes de máquinas e equipamentos a suspensão de contratos de fornecimento. Em carta enviada a um dos fornecedores, a qual o Valor teve acesso, o estaleiro relata a suspensão de trabalhos contratados pela Sete Brasil desde 3 de fevereiro por falta de pagamento.
“Nas atuais circunstâncias, estamos tomando medidas para proteger o trabalho feito até agora nesse projeto por nós e pelos nossos subcontratados”, informou o EAS, em documento enviado a um de seus fornecedores no início do mês.
(Fonte: Valor Econômico/Rodrigo Polito e Victória Mantoan)