Receba notícias em seu email

Navalshore

Sete Brasil vai abrir 'data room' para receber propostas

Acionistas da Sete Brasil, empresa criada para gerir um portfólio de sondas para a Petrobras, concluíram rodada de reuniões com investidores na Ásia e no Oriente Médio em busca de um novo sócio disposto a aportar até US$ 1,2 bilhão na companhia. A partir de agora, os sócios da Sete esperam propostas de eventuais interessados depois que for aberto o "data room" (sala de informações), quando os investidores poderão ter acesso aos números da empresa. Nesse processo, os potenciais investidores poderão fazer uma "due dilligence" (auditoria) e apresentar suas ofertas.

Conforme apurou o Valor, as reuniões atraíram todo perfil de investidor. Três grupos predominaram. Houve os mais questionadores, que afirmaram acreditar que a Petrobras, sócia e cliente única da Sete Brasil, não honrará os contratos firmados com a companhia. Houve também grupos que manifestaram interesse no negócio dado que a situação do Brasil permite um "investimento oportunístico". E um terceiro bloco que acredita que a Petrobras vai honrar os contratos e que olha o negócio basicamente em função dos descontos de fluxo de caixa.

Em crise desde o fim do ano passado, quando não recebeu um financiamento que esperava do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e atrasou pagamentos a estaleiros, a Sete vem trabalhando em um plano de reestruturação que deverá levá-la a ficar com a metade do tamanho inicialmente pretendido. O plano original era ter um portfólio de 29 sondas de perfuração, que exigiria investimentos de cerca de US$ 25 bilhões. Agora o número deverá ser reduzido para 19 unidades.

De acordo com a percepção do mercado, haverá interessados pela empresa. No entanto, existe expectativa sobre o valor das propostas. A empresa já definiu que precisa de US$ 1,2 bilhão de um novo sócio e o que se discute agora é qual percentual da companhia será levado em troca dessa quantia. É possível que os investidores avaliem a Sete a um valor muito baixo e existem razões para isso: a própria busca da empresa por um sócio, as incertezas para o negócio, dependente da Petrobras, e também o quadro de denúncias motivado pela Operação Lava-Jato, que investiga desvios de recursos da Petrobras e que terminou envolvendo ex-administradores da Sete.

Quanto menor for o valor que o novo investidor avaliar a empresa, maior será a diluição da participação dos atuais sócios da Sete. Eles terão de decidir se vão colocar mais recursos para não serem diluídos no negócio num aumento de capital com emissão de novas ações. "Não haverá problema nenhum se aparecerem ofertas baixas. O problema será se só vierem ofertas baixas", disse uma fonte. Os sócios da Sete, capitaneados pelo BTG Pactual, o principal sócio da companhia, vão buscar a proposta que represente a menor diluição possível para todos.

A reestruturação da Sete só deverá ser concluída no fim de outubro, quando a empresa espera anunciar o novo sócio. Ele deverá entrar diretamente na Sete Brasil Participações, embora não se descarte a possibilidade de ele ingressar no FIP Sondas, que tem 95% da Sete Brasil. Fazem parte do FIP Petrobras, Petros, Funcef, Previ, Valia, Santander, Fundo Strong, BTG Pactual, Lakeshore, Luce Venture, EIG e FIFGTS. A Petrobras detém ainda participação direta de 5% empresa. A Petrobras ainda precisa aprovar a reestruturação da Sete no seu conselho de administração, mas o tema não estará em pauta na próxima reunião este mês.

Ao mesmo tempo, a Sete negocia com bancos um novo financiamento no valor de US$ 4 bilhões. O plano de reestruturação prevê ainda que os bancos que financiaram US$ 3,6 bilhões em empréstimos de curto prazo à Sete recebam 30% desse valor com os 70% restantes sendo alongados em prazo de 15 anos. Em março, a Sete Brasil conseguiu um acordo com um grupo de bancos credores no chamado "stand still", o que assegurou que as instituições financeiras não executassem as dívidas da empresa.

Fonte: Valor Econômico/Ana Paula Ragazzi e Francisco Góes | Do Rio






PUBLICIDADE




   Zmax Group    ICN    Antaq
       

NN Logística

 

 

Anuncie na Portos e Navios

 

  Sinaval   Syndarma
       
       

© Portos e Navios. Todos os direitos reservados. Editora Quebra-Mar Ltda.
Rua Leandro Martins, 10/6º andar - Centro - Rio de Janeiro - RJ - CEP 20080-070 - Tel. +55 21 2283-1407
Diretores - Marcos Godoy Perez e Rosângela Vieira