Apesar de ser um grande comprador de produtos e serviços, a Transpetro, subsidiária da Petrobrás responsável pela área de logística, tem encontrado dificuldades em encontrar fornecedores em diversos segmentos no Paraná. A demanda da companhia, apresentada ontem em uma reunião da Câmara de Petróleo e Gás do Paraná, vai de serviços simples, como o transporte da mudança de funcionários, ao fornecimento de embarcações. O problema é que ela precisa ser atendida através de um sistema de licitações criterioso e cujas exigências muitas vezes espantam pequenos e médios fornecedores.
“Existem algumas demandas que historicamente são difíceis de preencher. Sabemos que fornecer para a Transpetro é preciso o cumprimento de diversos critérios, mas a maioria deles são simplesmente exigências legais”, explicou o coordenador da Transpetro – Sul Jorge Francisco Koenig durante a reunião da Câmara, que é articulada pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). Um dos exemplos citados pelo executivo foi o contrato de fornecimento de refeições para a unidade da Transpetro em Paranaguá. Por ser um número pequeno de funcionários que trabalham 365 dias por ano, o contrato não chama muito a atenção das empresas locais. “Tentamos melhorar as condições para os fornecedores agregando ao contrato o fornecimento de lanches e café, mas mesmo assim continua difícil”, contou Koenig.
As dificuldades em encontrar fornecedores englobam serviços simples, como transporte, aluguel de veículos, instalação de telas contra pombos, limpeza de caixas d’água e manutenção de ar condicionado. Há também demandas mais complexas, como a manutenção de embarcações e motores, equipes de mergulho, usinagem de peças e aluguel de plataformas elevatórias. Todas essas necessidades da Transpetro são uma oportunidade para pequenas e médias empresas interessadas em contratos que servem como um cartão de visitas de peso. Isso porque a empresa, assim como a Petrobras, é bastante exigente.
O sistema de cadastro de fornecedores da Transpetro é dividido em duas grandes áreas, uma para contratos curtos e outra para os longos. Os dois exigem o preenchimento de cadastros online e a apresentação de documentos como certidões negativas. As empresas são chamadas quando há alguma licitação em sua área de atuação e podem apresentar propostas pela internet. O fornecimento é condicionado ao cumprimento de normas técnicas, leis trabalhistas e avaliação dos riscos aos quais os funcionários serão expostos.
Esta foi a quarta reunião da Câmara de Petróleo e Gás, que começou a ser articulada pela Fiep há seis meses. Ela já trouxe a Curitiba executivos da Petrobras e especialistas na área de crédito. Foram criados cinco grupos de trabalho que estão debatendo propostas para que o Paraná participe do desenvolvimento da cadeia de fornecimento à indústria do petróleo.
Fonte:Jornal do Estado/ BemParaná
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