O presidente da Câmara, Salmito Filho, diz ter ouvido denúncias de pagamento a pessoas que foram à audiência
Ontem, durante sessão ordinária na Câmara Municipal, o assunto mais debatido foi a audiência pública realizada na tarde da última terça-feira, quando a construção de um estaleiro na Praia do Titanzinho foi discutida na Casa. Por ter sido polêmico e tumultuado, o evento rendeu críticas dos vereadores que pediram mais organização e melhor comando durante essas discussões, além da denúncia de que pessoas, fora da comunidade do Titanzinho teria recebido dinheiro de políticos para irem protestar na Câmara.
Pouco depois do início da sessão ordinária de ontem, os vereador Magaly Marques (PMDB) e João Alfredo (PSOL), exaltados, chegaram a trocar insultos no meio do plenário. A peemedebista, que é a favor do empreendimento, disse que o colega, que não aceita o projeto, teria sido um dos "maiores responsáveis" pelo tumulto gerado por moradores que se dizem contra a proposta.
A declaração da vereadora irritou João Alfredo, que chegou a alterar a voz no plenário, quando o presidente em exercício, José do Carmo (PSL), precisou interferir, aos gritos, na discussão. "Não aceito de maneira nenhuma essas acusações. Eu vi vereadores chamando pessoas da comunidade de vagabundos e, evidente que houve excesso, mas o exemplo tem que partir de nós", protestou o socialista.
Depois da discussão, quase todos os vereadores que estavam no plenário condenaram a audiência pública. O presidente da Casa, que também comandou a audiência pública, chegou a se pronunciar e se defender por ter ouvido de vereadores que era necessário mais pulso em debates polêmicos como o que ocorreu terça-feira.
Dinheiro
"Se comando é mandar bater ou prender, então não teve comando mesmo", disse Salmito Filho. Embora tenha reconhecido os excessos durante a audiência, o petista disse que "jamais" iria proibir que os dois lados emitissem suas opiniões. "Eu fui eleito presidente para garantir a independência desta Casa", disse.
Para alguns vereadores, além de ter sido desrespeitosa, a audiência pública não avançou em nada as discussões acerca do estaleiro. Durante a discussão, vereadores chegaram a dizer que pessoas de outras comunidades da cidade teriam recebido de políticos R$ 20 para posicionarem-se em relação ao estaleiro. Alguns a favor e outros contra. Salmito disse ter ouvido as declarações e garantiu que se houver uma denúncia formal a Câmara investigará.(Fonte: Diário do Nordeste/CE)