Empresa de navegação e logística fará transporte por cabotagem de insumos e produtos da fabricante de biscoitos de marcas conhecidas no mercado, com expectativa de redução de 20% nos custos logísticos
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A Aliança Navegação e Logística anunciou, na última quarta-feira (29), uma parceria com a Mondelēz Brasil, dona de marcas como Bis, Oreo, Trident e Tang. A estratégia logística tem como objetivo reequilibrar a matriz de transportes e adesão a soluções intermodais, com a implementação da cabotagem para transportar suas cargas entre as regiões brasileiras. A empresa brasileira de navegação (EBN) destacou que o projeto possui potencial para reduzir, no período de 12 meses, os custos logísticos da fabricante na ordem de 20%, com previsões de aumento de fluxo no próximo ano. Alguns dos produtos estão sendo movimentados, via transporte marítimo, de Vitória de Santo Antão (PE) para Louveira (SP) e São José dos Pinhais (PR).
A Aliança informou que as negociações foram iniciadas em 2023 e que a Mondelēz Brasil foca na transição de sua carga do ‘puro rodoviário’ no transporte de matérias, aderindo ao modelo de cabotagem integrado aos demais meios para o transporte de insumos e também dos produtos acabados. A EBN salientou a capacidade de movimentação de grandes volumes de carga, aumento de eficiência do transporte e redução das emissões de CO2e por tonelada-quilômetro.
“Um navio da Aliança, por exemplo, transporta o equivalente a 3 mil caminhões, contribuindo também para redução significativa das emissões de gases de efeito estufa (GEE), ao longo de toda a cadeia”, afirmou a presidente da Aliança, Luiza Bublitz. A executiva destacou que a cabotagem entra em operação alinhada às políticas ambientais da Mondelēz. Ela acredita que a cabotagem, integrada aos demais modais para apoio à indústria e ao varejo brasileiros, é uma forte aliada para lidar com as mudanças e desafios logísticos das indústrias.
“Até 2030, planejamos dobrar o tamanho do nosso negócio, tanto no Brasil quanto no mundo. Esta parceria, que viabiliza o transporte de grandes volumes de carga por longas distâncias, facilitará bastante a distribuição dos nossos produtos pelo país”, ressaltou Claudio Pena, coordenador de excelência da cadeia de suprimentos da Mondelēz. “A partir da cabotagem, conseguimos, por exemplo, chegar a mercados que atualmente temos dificuldades em atuar, como na região Norte, não nos tornando dependentes única e exclusivamente do rodoviário”, acrescentou Camila Lechetta, da área de fornecimento estratégico regional da Mondelēz.
A Aliança relatou que foi realizado um piloto bem-sucedido envolvendo a transferência de açúcar entre as usinas de Pitangueiras (SP) e Jaboticabal (SP) até a fábrica da Mondelēz em Vitória de Santo Antão (PE), com a EBN assumindo a responsabilidade pelo transporte em Jundiaí (SP). Esta cadeia logística inclui transporte via ferrovia até o Porto de Santos (SP) e cabotagem até Vitória de Santo Antão (PE), com volume previsto de 30 a 40 contêineres HC/mês, quando a operação estiver completamente implementada. Os contêineres HC são destinados ao transporte de mercadorias secas.
A Aliança avalia que a demanda crescente para incluir produtos refrigerados – especialmente itens que contêm chocolate em sua composição, essenciais para o portfólio na região Norte – levou ao início das negociações para crossdocking de cargas refrigeradas, procedimento logístico que se concentra na eficiência e velocidade de movimentação de mercadorias, minimizando o tempo de armazenamento. Com isso, a Mondelēz e a Aliança também testaram o transporte direto de produtos do centro de distribuição, em Louveira (SP), até Manaus (AM). A operação incluiu transporte regular do estado de Pernambuco para o Paraná e São Paulo, reforçando a estratégia de conversão de rodoviário para marítimo.