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Fabricantes de lubrificantes para o segmento marítimo e empresas distribuidoras tiveram desempenhos distintos em 2009 e acreditam num bom 2010
Os fabricantes e distribuidores de lubrificantes marítimos e as empresas que produzem kits para tratamento de óleos combustíveis vêm apostando alto para que em 2010 as vendas cresçam. Para isso, estão colocando no mercado novos produtos, aperfeiçoando suas
logísticas e criando novas estratégias de atendimento, sem esquecer de lançar mão de preços competitivos para atrair a clientela, tanto na área de marinha mercante quanto na de apoio marítimo portuário.
Aliado a esses fatores, as empresas incluem ainda em sua pauta de ação uma maior preocupação com o meio-ambiente, desenvolvendo e comercializando prioritariamente produtos ambientalmente amigáveis e unificando procedimentos de segurança que evitem acidentes potencialmente poluidores.
Junto com o Sindicato Nacional das Empresas de Distribuição de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), representantes de empresas do setor e a Superintendência de Meio Ambiente da Companhia Docas do Rio de Janeiro elaboraram um manual de procedimentos a ser usado como balizador de ações a serem adotadas, desde uma simples entrega para embarcação até os casos de fornecimento para navios fundeados.
Esse trabalho, que recebeu o nome de Manual de Operações Aquaviárias, foi organizado em módulos, abordando temáticas específicas, como a do fornecimento de lubrificantes. Apesar de muitas empresas já terem os seus próprios manuais, esse documento significa um grande avanço, pois representa a unificação de procedimentos a serem adotados, facilitando a operacionalização de ações entre empresas e proporcionando a redução de acidentes.
A Aderco, que é líder mundial em tecnologia de aditivos para indústria naval, saiu na frente e lança em janeiro de 2010 três novos produtos – todos ambientalmente amigáveis, seguindo a mesma linha dos demais do setor marítimo da cartela da empresa, que tem sede no Canadá.
Apesar de ter registrado queda de cerca de 30% nas vendas em 2009 em relação ao ano anterior, a Aderco está otimista com a chegada de 2010 e espera um crescimento expressivo, que supere em três a quatro vezes 2009. O diretor geral da empresa, Abdel Mokdad, faz esse cálculo com base nos pedidos que começou a receber.
— As perspectivas são muito boas, pois o mercado começou a mostrar interesse maior por produtos que não contaminem o meio ambiente, como os nossos, que são totalmente orgânicos, não têm chumbo nem ferro e não deixam resíduos.
Outro diferencial da linha marítima da Aderco, formada por detergentes e dispersantes, é a logística de operacionalização. Segundo Abdel, não existe no mercado mundial produtos com a concentração por litro semelhante aos da Aderco.
— Um litro de aditivo trata 50 mil litros de bunker, o que significa 50 toneladas. Além da grande economia, isso proporciona grande vantagem em termos logísticos por causa da redução no uso de tambores.
Já segundo Adelcio Rodrigues Sobrinho, chefe da Coordenadoria Marítima da Ipiranga, o ano de 2009 foi melhor do que o esperado. Em função da crise de 2008, as expectativas não eram das melhores, mas o setor registrou um aumento surpreendente de 10% em 2009, em relação ao ano anterior. Adelcio reconhece que esse crescimento ocorreu principalmente em função do maior volume de vendas para navios estrangeiros e de apoio offshore.
Por isso, a empresa está otimista para 2010, trabalhando com expectativa de crescimento, apostando em um aumento maior que o de 2009. Para atingir esse objetivo, o chefe da Coordenadoria Marítima da Ipiranga não pretende medir esforços para atender prontamente ao cliente. Para cumprir prazos, Adelcio já chegou até a mandar de avião o óleo encomendado para evitar o custo de mais um dia do navio atracado.
— Desenvolvemos uma logística de distribuição que permite uma grande agilidade na entrega dos nossos produtos, e no mercado spot, isso faz grande diferença. Possuímos depósitos e distribuidoras em vários pontos do país, pois nossa atuação é nacional e temos sempre em mente que é muito elevado o valor de um navio parado. Em média, custa 20 mil dólares cada 24 horas a mais de um grande navio no porto.
Adelcio observa ainda que outro diferencial da Ipiranga é ter um setor voltado especificamente para a área marítima. Isso ajudou a criar um mercado fiel no setor doméstico, que não se alterou em 2009. “Nosso foco é encontrar soluções para o segmento marítimo, atendendo prontamente aos clientes da área, com uma equipe específica, o que permite superar vários concorrentes”, explicou ele, acrescentando: “É claro que o preço é importante, mas conta muito também a confiança de que o produto vai ser entregue no prazo combinado. Procuramos trabalhar sempre com esse binômio condição de preço/prazo. E isso tem fidelizado a clientela nacional e cativado novos clientes estrangeiros.
Já para a Teccom10, fabricante de produto destinado a otimizar a utilização de óleos combustíveis para navios — o Teccom10 Mariner — não ocorreu um aumento real de vendas em 2009, observa o diretor comercial da empresa, Marcos Marcondes. Ele reconhece que vários fatores contribuíram para essa situação, como o achatamento do valor dos fretes.
— Nós não perdemos mercado, mas o crescimento foi aquém do esperado, já que 2008 foi melhor que 2009, apesar da crise que ocorreu naquele ano. Surprendentemente, em 2008 nós vendemos mais.
Marcondes reconhece que a instabilidade decorrente da crise de 2008 constituiu um fator negativo para as vendas em 2009, “o que fez com que muitos empresários resolvessem adiar seus investimentos”, acrescentou ele, observando que isso atrapalhou a comercialização do Teccom10 Mariner.
— Infelizmente, os clientes não se tornaram constantes, em decorrência desse quadro. Mas estamos esperançosos para 2010, pois o mercado já conhece o produto e entendeu a utilidade dele na operação dos navios.
Um dos diferenciais do Teccom10 para alavancar as vendas é a gestão de combustíveis que acompanha o produto, na qual a empresa orienta e faz um acompanhamento mensal junto ao cliente, inclusive a bordo do navio, para esclarecer e tirar dúvidas sobre o uso do produto. “Esse acompanhamento é um dos nossos principais diferenciais”, explica o diretor comercial.
Além disso, o Teccom10 é um produto ambientalmente amigável, já que, segundo a empresa, diminui em 40% a emissão de fumaça negra – uma das grandes preocupações atuais dos fabricantes de combustíveis.
Manual. Depois de anos de elaboração, ficou pronto o Manual de Operações Aquaviárias, desenvolvido pelo Sindicato Nacional das Empresas de Distribuição de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom) em conjunto com representantes de empresas do setor e a Superintendência de Meio Ambiente da Companhia Docas do Rio de Janeiro.
Por esse manual foram estabelecidos padrões de segurança que vão desde uma simples entrega em embarcações até procedimentos mais complexos, como fornecimento de combustíveis e demais óleos para navios fundeados.
Apesar de os fabricantes de lubrificantes e distribuidores terem os seus próprios guias de procedimento, o manual estabelece rotinas que facilitarão na operacionalização dos procedimentos entre empresas e portos, sempre com a preocupação de dar maior segurança ao trabalho, reduzindo a possibilidade de acidentes diversos.