O Banco Mundial vai sugerir a criação de uma taxa global sobre o combustível da aviação e da marinha mercante. Esta será uma das recomendações que a instituição fará aos países do G20 na preparação da cimeira das Nações Unidas, em Durban, na África do Sul, sobre o combate às emissões de gases com efeito de estufa e ao aquecimento global.
Os países em desenvolvimento já afastaram a possibilidade de um novo pacto vinculativo sobre o controlo de emissões de CO2 que suceda ao Protocolo de Quioto, cuja vigência termina em 2012. O Banco Mundial aposta assim na fixação de uma nova taxa global sobre os sectores da aviação e da marinha mercante, de acordo com um relatório para os países do G20 (grupo que reúne as economias mais poderosas do mundo). A União Europeia já decidiu impor um corte nas emissões de CO2 de todos os voos com destino e origem na Europa em Janeiro de 2012.
"Estamos a equacionar uma taxa sobre as fontes emissoras de CO2, incluindo os combustíveis usados pelos navios e aviões, que seria coordenada a nível internacional, embora fosse cobrada a nível nacional", adiantou Andrew Steer, o representante do Banco Mundial para as alterações climáticas, à agência Reuters. O banco estima que a factura adicional de ajudar os países em desenvolvimento a lidar com secas, inundações e a subida dos oceanos atinja os 100 mil milhões de dólares anuais. No entanto, várias fontes estimam em 200 mil milhões o custo de cortes adicionais na emissão de CO2.
Apesar de não estar em cima da mesa um acordo em Durban, Steer tem esperança de que seja possível fazer progressos importantes em algumas áreas. O tema vai estar em discussão entre hoje e 17 de Junho na nova ronda de negociações que vai decorrer em Bona, na Alemanha.
Nuclear divide europa A energia nuclear vai ser discutida amanhã e quarta-feira, em Paris, pelos ministros de energia dos países do G20. O acidente na central japonesa de Fukushima pôs a segurança nuclear no centro da agenda mundial, mas os países estão divididos.
Enquanto a Alemanha travou a fundo no nuclear, ao rejeitar prolongar a vida das suas centrais, França e Reino Unido vão manter a sua política energética. A Rússia vai mais longe: não só garante a segurança das suas instalações nucleares, como defende o desenvolvimento desta forma de energia.
Para além da segurança, a energia nuclear tem sido considerada fundamental para garantir o controlo das emissões de CO2, em particular na Europa. O fim das centrais nucleares na Alemanha e em outros países, como Suíça e Bélgica, compromete os objectivos de redução de CO2, já que pode ser necessário recorrer a mais centrais a gás e carvão, grandes emissores de dióxido de carbono, para compensar a produção de energia. A Europa tem 143 reactores nucleares a operar.
Fonte:i Informação/Ana Suspiro
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