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Bancos prometem aplicar US$ 175 bi em transporte limpo

Em 1985, quando a produção anual de veículos não passava de 30 milhões de unidades em todo o mundo, um grupo de técnicos e engenheiros dos americanos decidiu criar uma Organização Não Governamental porque temia que o modelo de transporte americano, baseado nos automóveis, contaminasse o resto do mundo. A proposta inicial falhou. Vinte e sete anos depois, o planeta produz o dobro em automóveis. Mas ontem essa mesma ONG, chamada ITDP na sigla em inglês (Instituto de Desenvolvimento de Políticas para o Transporte), celebrou, durante a conferência da Rio +20, o compromisso de oito bancos de investimento internacionais de investir US$ 175 bilhões para financiar sistemas de transporte sustentável ao longo dos próximos dez anos.

"Quando fundamos a ITDP nos inspirávamos em modelos europeus e asiáticos, mais voltados para o transporte sustentado do que os EUA", afirma o diretor da ONG, Michael Replogie.

Mas o sucesso dos carros mudou alguns conceitos regionais. Recentemente, os chineses aproveitaram o aumento do poder aquisitivo para trocar a clássica bicicleta pelo confortável automóvel. E a China passou à frente dos EUA e vende hoje sozinha mais de 18 milhões de veículos por ano.

Não se trata, no entanto, de agora correr atrás do prejuízo. O custo financeiro do caos provocado pelo trânsito nas grandes cidades ajuda a aproximar os bancos de investimentos dos defensores do transporte sustentável. Segundo documento distribuído na conferência ontem, as instituições estão preocupadas com os custos com poluição, acidentes de trânsito e a mudança climática, que podem alcançar entre 5% e 10% do Produto Interno Bruto anualmente.

O grupo de investidores que se comprometeu a montar o pacote dos US$ 175 bilhões, anunciado ontem, será formado pelo Banco Asiático de Desenvolvimento, pelo Banco de Desenvolvimento da África Development Bank of Latin America (CAF), pelo Banco para Reconstrução e Desenvolvimento da Europa, pelo Banco Europeu de Investimento, pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, pelo Banco Islâmico de Desenvolvimento e pelo Banco Mundial.

Os recursos ajudam na causa das ONGs que se mobilizam sob o guarda-chuva da entidade mundial SloCat (Sustainable, Low Carbon Transport). Para Replogie, o automóvel continuará a ter seu papel no transporte em qualquer país. Alerta, porém, para a necessidade de organizar outras formas de movimento nas cidades.

Ele aponta, por exemplo, o modelo de Cingapura, onde o carro que circula pelas zona central é interceptação por radares. À medida que o veículo acumula passagens por esses radares, um sistema eletrônico automático registra a penalidade e desconta o dinheiro da multa diretamente da conta bancária do proprietário do veículo.

"Os governos têm que cobrar pelo tanto que o carro anda pela cidade e investir em alternativas para o deslocamento em linhas de metro, ciclovias e meios de o usuário circular a pé. Somente dessa forma a população vai saber quando usar o transporte público ou o carro", destaca.

Para o executivo, os governos se enganam ao acreditar que financiar a indústria automobilística é a melhor maneira de manter a atividade econômica e empregos. "A reorganização do transporte gerará outros tipos de atividades, além de manter os recursos nas próprias regiões", diz. Se mais recursos seguirem para a sustentabilidade, o modelo, de fato, pode mudar.

Fonte: Valor Econômico/Por Marli Olmos | De Rio



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