Navalshore 2024

Barcos tradicionais do Rio Grande serão eternizados em projeto

A técnica construtiva da canoa de pranchão e do bote, embarcações tradicionais do Rio Grande, não correrá mais risco de ser perdida. O modelista naval Luiz Lauro Pereira Júnior, e o designer Lucas Delgado de Souza, ambos de Laguna (SC), estão no Museu Oceanográfico da Furg desde terça-feira fazendo um trabalho que vai complementar o realizado pela Furg, por meio do Museu Náutico e do Centro de Convívio dos Meninos do Mar (CCMar), no que se refere ao resgate desta técnica. Eles estão fazendo levantamento técnico dos planos de linha e vélico destes barcos tradicionais do Município, a partir dos quais terão o plano construtivo deles e, com este, farão réplicas para o Museu Náutico e o Museu Nacional do Mar, localizado em São Francisco do Sul (SC). Além disso, irão montar uma monografia sobre essas embarcações, com todos os fatos históricos delas e fotos, que dará origem a um livro.
O trabalho começou pela canoa de pranchão "Tradição", de 125 anos, que foi restaurada pelos museus Oceanográfico e Náutico, com levantamento dos planos de linha e vélico. As medições obtidas são colocadas no computador, onde é montado o plano construtivo da embarcação. Feita a planta, o modelista constrói a miniatura, com madeira de lei, da mesma forma que se constrói um barco. Pereira Júnior começou a fazer réplicas de embarcações há 17 anos. Trabalha para um projeto do Museu Nacional do Mar, que tem apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e é parceiro do Museu Náutico, cujo objetivo é o resgate do modo construtivo das embarcações tradicionais de todo o litoral brasileiro. Conforme ele, estas técnicas construtivas que são passadas de pais para filhos e de mestres para mestres, se perdem porque são orais e há poucas pessoas no Brasil que se interessam em preservar o patrimônio náutico.
Atualmente, Pereira Júnior e Souza estão fazendo 25 monografias de barcos tradicionais do litoral brasileiro. Na coleção do Museu Nacional do Mar já há 65 maquetes. Pereira Júnior destaca que essas réplicas são fiéis, são feitas para museus. Observou que o trabalho que está fazendo em Rio Grande será um dos melhores devido à grande quantidade de material iconográfico e fotográfico que lhe foi colocado à disposição por Lauro Barcellos, diretor do Museu Oceanográfico. Barcellos ressaltou que a construção de maquetes em escala a partir de profunda pesquisa histórica é fundamental para a preservação da cultura náutica em qualquer lugar do mundo.
"A possibilidade de contar com o Luiz Lauro, maior construtor de maquetes náuticas da atualidade, é uma grande oportunidade para o Museu Náutico consolidar a pesquisa que realiza sobre a construção naval tradicional do Rio Grande. São estes intercâmbios que enriquecem os trabalhos das instituições", observou Lauro Barcellos. A equipe dos Museus Oceanográfico e Náutico já vem há alguns anos atuando no resgate do patrimônio náutico da região do Rio Grande. Segundo Pereira Júnior, o trabalho de resgate feito em Rio Grande serve de parâmetro para todo o Brasil. O projeto que ele e Souza estão fazendo vai assegurar sua perpetuação.

Fonte: Jornal de Rio Grande (RS)/Carmem Ziebell

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