Início das operações previsto para os próximos meses com transporte de propeno entre Bahia e Rio de Janeiro
A Braskem recebeu autorização da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) para abrir uma empresa brasileira de navegação (EBN). A petroquímica pretende reduzir os custos do frete, ampliar a disponibilidade de embarcações modernas na cabotagem brasileira, aumentar o nível de segurança nas operações marítimas e reduzir a emissão de CO2 das operações.
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O início das operações está previsto para os próximos meses, com a primeira operação da companhia na cabotagem sendo realizada entre a Bahia e o Rio de Janeiro com um navio gaseiro, transportando propeno, um suprimento adicional da matéria-prima para a fabricação de resina. A previsão é de realizar três cargas por mês. Com a licença, a empresa pretende alugar ou adquirir navios e tripulações próprias para realizar o transporte marítimo dos produtos.
“É um momento muito importante, pois estamos abrindo novas frentes de trabalho. Essa evolução contribuirá inclusive para aumentar a competitividade de toda a cadeia da indústria petroquímica brasileira, já que poderemos avaliar a oferta deste serviço para outras empresas parceiras no mercado nacional,” esclareceu Silvia Pires Migueles, diretora de Logística de Olefinas e Poliolefinas da Braskem.
No setor, a empresa se destaca como a primeira a operar com embarcações próprias na cabotagem. De acordo com Luis Fernando Resano, diretor executivo da Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem (Abac), este movimento não é isolado, já que outras empresas de diversos setores também pediram autorização para se tornarem EBN.
“São vários movimentos mostrando que há espaço para crescimento da cabotagem. Saímos daqueles 11% da matriz logística brasileira e aumentaremos esse espaço com mais empresas operando na cabotagem. Isso aumenta a concorrência, o que é muito positivo para os usuários. Mas também há um limite; vamos crescer, vamos ter inúmeras empresas de cabotagem, uma vez que não há mercado para todas. É um mercado de poucos ofertantes do serviço porque não há tanto espaço para tantas empresas,” disse o diretor executivo da Abac.
O objetivo inicial é transportar produtos líquidos e gases diversos produzidos nas centrais petroquímicas situadas no Nordeste, Sudeste e Sul, além das resinas PVC (policloreto de vinila) e soda cáustica da fábrica de Alagoas. Neste primeiro momento, as operações marítimas da Braskem no país não incluem o transporte de resinas plásticas, que continua a ser feito, em sua maior parte, por caminhões de várias transportadoras.
O transporte de resinas via cabotagem ainda é pequeno, totalizando 42 mil toneladas por mês, de um total de mais de 300 mil toneladas movimentadas mensalmente.