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China estuda alternativa ao Canal do Panamá

A China negocia construir uma alternativa ao Canal do Panamá, ligando por ferrovia as costas atlântica e pacífica da Colômbia - o que Bogotá também espera servir de incentivo para Washington pressionar o Congresso americano a aprovar o tratado de livre comércio entre Estados Unidos e Colômbia.

"É uma proposta real [...] e está bem avançada", disse o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, ao jornal "Financial Times". "Os estudos que [os chineses] fizeram sobre os custos do transporte por tonelada, o custo do investimento, tudo é viável."

A ideia de ligação ferroviária é mais um exemplo da postura cada vez mais agressiva de concessão de empréstimos da China ao mundo em desenvolvimento. Nos últimos dois anos, bancos chineses liberaram mais dinheiro a países em desenvolvimento do que o Banco Mundial.

O "canal seco" de aproximadamente 220 quilômetros ligaria o Pacífico a uma nova cidade, próxima a Cartagena, onde os produtos chineses seriam montados para reexportação às Américas. Na viagem de volta à China, os navios levariam matérias-primas colombianas.

"Não quero criar expectativas exageradas, mas faz muito sentido", disse Santos. "A Ásia é novo motor da economia mundial", completou o presidente.

A Colômbia há muito sonha em oferecer uma alternativa ao Canal do Panamá. O país é o aliado mais próximo dos EUA na América do Sul, mas as autoridades em Bogotá mostram-se frustradas com a protelação por Washington em colocar em prática o acordo de livre comércio, assinado pelos dois governos há quatro anos, mas que ainda precisa ser ratificado pelo Congresso americano.

O comércio bilateral sino-colombiano, enquanto isso, passou de US$ 10 milhões em 1980 para mais de US$ 5 bilhões em 2010, com a China tornando-se o segundo maior parceiro comercial da Colômbia, atrás dos EUA.

"A Colômbia tem uma posição estratégica muito importante e vemos o país como porto para o resto da América Latina", disse Gao Zhengyue, embaixador da China na Colômbia.

De acordo com documentos aos quais o jornal "Financial Times" teve acesso, o projeto é apenas uma das várias propostas chinesas para incrementar as ligações de transporte com a Ásia e melhorar a infraestrutura colombiana - prioridade do governo de Santos.

Autoridades colombianas e chinesas dizem que as negociações para uma ferrovia de cerca de 790 quilômetros e a expansão do porto de Buenaventura, no Pacífico, estão mais avançadas. O projeto, estimado em US$ 7,6 bilhões, que será financiado pelo Chinese Development Bank e operado pelo China Railway Group, transportará aproximadamente 40 milhões de toneladas de carga por ano do coração econômico da Colômbia até a costa pacífica. A prioridade do transporte será dada ao carvão destinado à China.

A Colômbia é o quinto maior produtor mundial de carvão, mas a maior parte é exportada via seus portos atlânticos, mesmo com o crescimento da demanda pelo Pacífico sendo maior.

(Fonte: Valor Econômico/John Paul Rathbone e Naomi Mapstone | Financial Times, de Bogotá/Colaboraram Geoff Dyer, de Pequim, e Robert Wright, de Londres)


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