O relatório CIW (Container Insight Weekly), da Drewry Shipping Consultants, destaca nesta semana que, com navios cheios e apenas três serviços, o crescente comércio da Ásia para a Costa Leste da América do Sul (ECSA) finalmente recebeu mais um serviço. A empresa, especializada em pesquisas e serviços de consultoria na área marítima, observa que o tráfego de contêineres nessa rota se recuperou no ano passado para registrar seu primeiro crescimento anual desde 2013, aumentando em animadores 15,5%, segundo estatísticas da Datamar.
De acordo com o relatório, o total de contêineres movimentados em 2017 (1,3 milhão de TEUs) trouxe o comércio de volta ao ponto onde estava em 2015, embora ainda quase 200 mil TEUs abaixo do pico de 2013. A Drewry observa que a recuperação foi impulsionada pelas importações brasileiras, que cresceram 22%, para 936 mil TEUs, enquanto o crescimento para a região da Prata (Argentina e Uruguai) foi mais tímido (+3,4%), totalizando 408,000 TEUs. Para ambas as regiões, o crescimento do ano passado foi basicamente o oposto do que aconteceu em 2016.
Volume da rota Ásia para Costa Leste America do Sul (em mil TEUs)
Apesar do ritmo acelerado do crescimento da demanda, não houve ainda um aumento proporcional na capacidade. O relatório aponta que, há cerca de dois anos, a rota já vinha sendo atendida com apenas três serviços semanais, nos quais 11 diferentes armadores compartilham espaço uns com os outros.
As injeções de capacidade foram realizadas por meio de upgrades de embarcações, com o tamanho médio aumentando em cerca de 4% em 12 meses para 9.300 TEUs no início de 2018.No entanto, a média do navio já foi reduzida graças à introdução, em fevereiro, de cinco Panamax clássicos em torno de 4.000 TEUs pelo novo armador — Pacific International Lines (PIL), que iniciou um serviço quinzenal denominado SSA (Sino South América).
Ásia para Costa Leste America do Sul, utilização da capacidade e fretes
A desconexão entre o crescimento da oferta e da demanda aumentou a utilização média dos navios nas viagens Ásia-ECSA que, segundo as estimativas da Drewry, foi igual ou superior a 100% desde o verão passado. "Nessas condições, os armadores obtiveram consideráveis retornos através de fretes mais elevados, apesar de uma queda inexplicável em julho e agosto", destaca o relatório semanal. A publicação tem como foco a dinâmica da oferta e a demanda global de contêineres.
O Drewry's Container Freight Rate Insight, índice da consultoria que acompanha o frete marítimo de contêiner, informou que o frete spot para a rota representativa de Xangai para Santos era de US$ 2.990/contêiner de 40 pés em fevereiro, um aumento de 25% em relação ao mesmo mês do ano passado. "Na visão da Drewry, o serviço quinzenal da PIL é provavelmente apenas o primeiro dos novos serviços da Ásia-ECSA, uma vez que a perspectiva comercial continua a ser positiva e mais navios podem ser adicionados sem desestabilizar o mercado", destaca a consultoria.
(Da Redação)
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