Novos dados divulgados nesta terça-feira (17) revelam como a indústria naval global exigirá o equivalente a toda a demanda atual de energia renovável do mundo para substituir o uso de combustível fóssil.
O 'Fuelling the Fourth Propulsion Revolution', de autoria do professor Stefan Ulreich, da Universidade de Ciências Aplicadas da Alemanha, e encomendado pela Câmara Internacional de Navegação, destaca a 'enorme oportunidade' para investidores e governos representados pela necessidade de novos combustíveis verdes para a indústria marítima.
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Para atingir a meta zero (líquida) do setor em 2050, as necessidades de combustível do transporte marítimo exigiriam que a eletricidade de fontes renováveis aumentasse em até 3.000 TWh, segundo o relatório. Isso é o equivalente à atual produção mundial de energia renovável.
Constatou-se que, para atingir o cenário de emissões líquidas zero até 2050, o mundo precisaria de um aumento de 18 vezes na capacidade de produção renovável existente.
Tomando como exemplo o comércio global de hidrogênio, o relatório identificou benefícios potenciais substanciais para os países exportadores e importadores, particularmente no hemisfério Sul. Isso se deve aos diferenciais de custo de produção em todo o mundo. A abundância de fontes como energia solar e eólica, em muitos países africanos e latino-americanos, pode proporcionar a produção de combustíveis de hidrogênio a um custo muito menor.
O relatório identificou os pioneiros que buscam aproveitar essas oportunidades de investimento, incluindo Alemanha, Argélia e Chile, que assinaram vários acordos bilaterais sobre a produção de combustíveis de hidrogênio, vistos como essenciais para abastecer navios.
As estimativas mostram um potencial de produção de mais de 10.000 TWh para combustíveis com zero carbono nas regiões costeiras do mundo. O transporte marítimo vê o investimento nessas áreas como fundamental.