O barco de pesquisa Roberto Santos Vieira, do Programa de Monitoramento de Água, Ar e Solos do Amazonas (ProQAS/AM), iniciou no último sábado (1º) uma expedição científica para levantar dados sobre a qualidade da água dos rios entre Manaus, no Amazonas, e Belém, no Pará. O objetivo é analisar os impactos da urbanização e da atividade humana sobre os recursos hídricos do Rio Amazonas.
Os resultados serão apresentados na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30), que será realizada na capital paraense de 10 a 21 de novembro. As apresentações serão feitas na Universidade Federal do Pará (UFPA) e na Zona Verde da conferência, destinada a painéis e debates públicos, em parceria com a Defensoria Pública da União.
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Construída pelo Grupo Atem, a embarcação fará pausas para coletas de água em oito cidades ribeirinhas. No Amazonas, além de Manaus, estão incluídas Itacoatiara e Parintins; no Pará, as amostras serão coletadas em Juruti, Santarém, Alter do Chão, Monte Alegre, Gurupá, Breves e em Belém.
A expedição mobiliza 18 profissionais, entre pesquisadores e tripulantes, e o barco leva quatro laboratórios para fazer análises em tempo real. De acordo com o professor Sérgio Duvoisin Júnior, coordenador e criador do ProQAS, será avaliada a qualidade da água antes e depois das cidades visitadas para identificar alterações causadas por despejo urbano, poluição ou variações naturais. “Queremos mostrar o que está acontecendo com a água da Amazônia e reforçar que o monitoramento ambiental é essencial para manter tanto a floresta em pé quanto a qualidade dos rios”, explicou.
O ProQas é um programa da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), financiado pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam). O projeto surgiu como iniciativa do Grupo de Pesquisa Química Aplicada à Tecnologia (GP-QAT/UEA) e abrange o monitoramento de água, de sedimentos e solos, da qualidade do ar da Grande Manaus, da água de abastecimento público e dos impactos de aterros e lixões nas 62 cidades do estado.
Fernando Aguiar, CEO do Grupo Atem, que construiu o barco e patrocina a pesquisa, definiu o apoio como compromisso com o presente e o futuro da Amazônia. “Temos clareza de que nosso papel como empresa vai além da geração de valor econômico. Envolve responsabilidade ambiental, diálogo com a sociedade e promoção do conhecimento científico”, afirmou.
Durante a COP 30, o barco será usado como plataforma de divulgação das pesquisas realizadas na Amazônia. Ele ficará ancorado na Marina Club, em Belém, e sediará palestras e receberá visitas guiadas abertas ao público e a autoridades ambientais.

















