As fábricas em pelo menos dez províncias chinesas cortaram ou fecharam temporariamente a produção este mês, após cortes de energia impostos pelo governo para conter as emissões de carbono.
Na sexta-feira (24), pelo menos 10 empresas de capital aberto disseram às bolsas de valores de Xangai e Shenzhen que sua produção industrial havia sido afetada pelos cortes de energia e que seus ganhos em 2021 poderiam ser adversamente afetados.
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Os cortes seguiram-se após a agência de planejamento econômico da China, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, ter lançado um plano de controle para restringir o consumo e as atividades de uso intensivo de energia.
O plano ordenou aos governos provinciais que racionassem o consumo de eletricidade para controlar as emissões, de acordo com a meta do presidente Xi Jinping de limitar o pico até 2030 e atingir a neutralidade do carbono até 2060.
As províncias afetadas incluem Jiangsu, Guangdong e Zhejiang, que estão entre as mais industrializadas da China, e suas fábricas produzem produtos siderúrgicos, plásticos, eletrodomésticos, produtos químicos e têxteis. Todas as três províncias receberam 'classificações vermelhas' por não atingirem as metas de consumo.
As províncias também abrigam os portos mais movimentados da China, Ningbo, Guangzhou, Nansha, Yantian e Shekou. E a província de Jiangsu fica ao longo do delta do rio Yangtze e suas exportações de contêineres são geralmente processadas por Xangai ou Ningbo.
Como há um pico de embarques de contêineres para varejistas dos Estados Unidos e da Europa, as novas medidas podem agravar os atrasos nos embarques.
A maior parte do fornecimento de eletricidade da China é feito a carvão e, embora as indústrias afetadas possam usar energia renovável como um substituto, a absorção não acontecerá da noite para o dia, embora o governo tenha investido pesadamente em energia eólica.