Receba notícias em seu email

Navalshore

Hidrovia ganha sua vez, por Wilen Manteli*

O Brasil começou a olhar os seus rios, finalmente, como alternativa às congestionadas e cada vez mais acidentadas rodovias. O próximo presidente da República encontrará em sua mesa de trabalho o Plano Hidroviário Estratégico, que está sendo montado pelo Ministério dos Transportes, Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) e Banco Mundial. Ao mesmo tempo, o Congresso Nacional aprovou a verba de R$ 502 milhões que, apesar de modesta para as necessidades do país nesta área, é importante sinalização de que começamos a mudar a visão quase única de que movimentar cargas significa apenas abrir ou ampliar rodovias.
O Rio Grande do Sul precisa se mobilizar para fazer parte desse plano que já inclui as bacias hidrográficas Tocantins-Araguaia, Tietê-Paraná, Parnaíba-Rio Grande, São Francisco e Madeira. Nossa Bacia do Sudeste, que abrange todos os afluentes do Guaíba-Lagoa dos Patos, com mais de 700 quilômetros navegáveis, tem condições de estar entre as prioridades, por sua história e por movimentar perto de 7 milhões de toneladas/ano de mercadorias.
O governo estadual e suas lideranças políticas e empresariais não estão sozinhos na tarefa de reivindicar recursos e candidatar-se às verbas nacionais e internacionais. Temos mais de 50 municípios ribeirinhos que poderiam aproveitar as margens de seus rios e lagoas para implantação de polos industriais, depósitos de movimentação logística de mercadorias, ou empreendimentos turísticos, de pesca e de esportes náuticos, que respeitassem todas as regras de preservação ambiental.
A hidrovia, apesar de ser o meio de transporte mais barato, não exclui a rodovia e a ferrovia, devendo funcionar como elemento integrador e complementar. Os custos reduzidos contribuem decisivamente no grau de competitividade da produção agrícola e de manufaturados, em especial a destinada ao mercado externo. Se já tivéssemos um transporte hidroviário e marítimo semelhante ao das economias desenvolvidas, o exportador brasileiro estaria sentindo bem menos o efeito do dólar desvalorizado. Um exemplo a invejar: a França possui mais de 60 portos interiores que movimentam 19,7 milhões de toneladas/ano e 7 milhões de passageiros.
O atual governo estadual, ao lado da bancada gaúcha no Congresso Nacional, precisa liderar iniciativas que ajudem no esforço de tirar as hidrovias do papel secundário. Um descaso que custa caro a cada um de nós e chega ao limite do constrangimento ao se saber que as eclusas dos rios Taquari e Jacuí e o porto de Estrela são administrados pela distante Companhia Docas do Maranhão.
*Presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP) (fonte: Zero Hora)

 


PUBLICIDADE








   Zmax Group    Antaq    Antaq
       

NN Logística

 

 

Anuncie na Portos e Navios

 

  Pesa   Syndarma
       
       

© Portos e Navios. Todos os direitos reservados. Editora Quebra-Mar Ltda.
Rua Leandro Martins, 10/6º andar - Centro - Rio de Janeiro - RJ - CEP 20080-070 - Tel. +55 21 2283-1407
Diretores - Marcos Godoy Perez e Rosângela Vieira