A aplicação de taxas a navios dependente da sua quantidade de emissões de carbono, foi proposta pelo governo de Papua Nova Guiné, de forma a envolver mais o sector privado no combate às alterações climáticas. Carbon War Room, uma organização sem fins lucrativos, calculou que é possível reduzir as emissões dos navios em 30% só pelo aumento da sua eficiência energética.
Na Cimeira do Clima, em Cancún, está a ser discutida a aplicação de diferentes taxas a navios dependendo da quantidade de CO2 que emitem. Actualmente os combustíveis dos navios não entram nas contas nacionais de carbono, pelo que tem sido difícil desenhar uma solução para reduzir estas emissões.
O governo de Papua Nova Guiné, responsável por esta proposta, espera que outras nações também se envolvam. O delegado deste país na Cimeira do Clima referiu que o seu governo considerou esta ideia como parte de um pacote de medidas desenhado para reduzir as emissões de carbono através de um maior envolvimento do sector privado. “O nosso dever é encontrar aqueles que estão a liderar a (marinha mercante), e trabalhar com eles para alcançar os nossos objectivos climáticos.”
Os navios serão taxados numa escala de A a G de acordo com a sua eficiência energética. O esquema é muito semelhante ao utilizado nos equipamentos eléctricos na União Europeia, que tem ajudado a diminuir os consumos de energia dos equipamentos e consequentemente as suas emissões.
O Carbon War Room, uma organização sem fins lucrativos co-fundada por Sir Richard Branson, lançou uma ferramenta online que permitiu a classificação de 60000 embarcações de acordo com as suas emissões. “The Carbon War Room tem defendido a necessidade das empresas de desempenharam um papel chave na luta contra as emissões de carbono”, refere Sir Richard. “Este centro de recolha de dados vai ajudar os empresários líderes na indústria e os seus clientes a tomar melhores decisões para as suas empresas e no final, para o planeta.”
Esta nova abordagem permite fornecer às empresas ferramentas que direccionem as suas escolhas para navios com baixas emissões de carbono. Foram colocados no site shippingeffiency.org, dados de 60000 navios, muitos dos quais referentes a transporte de longa-distância. Os fundadores do projecto esperam que as grandes companhias usem selectivamente transportadoras com baixas emissões de carbono, encorajando todos os operadores a melhorar os seus desempenhos e assim possibilitar a redução da pegada de carbono de toda a indústria.
Esta organização calcula que as emissões globais dos navios podem ser reduzidas cerca de 30%, só através do aumento da eficiência. Maiores ganhos podem ser conseguidos no futuro à medida que os designers procurem novos conceitos ou tragam de volta antigos, como velas, asas e energia solar.
Fonte: Naturlink/Isabel Palma
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