O início da década foi marcado por uma disputa entre a ExxonMobil e a Apple pelo título de companhia mais valiosa do mundo. Hoje, a fabricante do iPhone ocupa o posto com folgas, sendo avaliada em US$ 2 trilhões, enquanto a petrolífera se tornou apenas sombra do passado de riqueza. Nesta semana, ela foi removida do índice Dow Jones Industrial Average, que reúne as 30 maiores companhias listadas na Bolsa americana, onde esteve nos últimos 92 anos.
No pico de valorização, na metade de 2014, a ExxonMobil chegou a ser avaliada em US$ 446 bilhões, quando o barril de petróleo era negociado acima de US$ 100. Em seis anos, a indústria de energia passou por profundas transformações, com o aumento das preocupações com as mudanças climáticas e questões geopolíticas, que fizeram os preços internacionais desabarem e a ExxonMobil encolher US$ 267 bilhões.
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Como sinal dos tempos, a empresa foi substituída pela Salesforce, do setor de tecnologia. Com a mudança, a Chevron é a última petrolífera que resta no Dow Jones. O setor de energia respondia, em 2008, por 16% do Standard & Poor's 500, segundo cálculos do Bespoke Investment Group. Hoje, a participação é de apenas 2,5%.
— É muito simbólico — afirmou Stewart Glickman, analista de energia na CFRA Research, em entrevista à CNN. — É um reconhecimento que o setor de energia não tem, nem de longe, a mesma influência que teve no passado.
Esse movimento reflete as transformações na economia americana, que vive um boom na indústria de tecnologia. Apple, Amazon, Microsoft e Alphabet (dona do Google) já romperam a barreira dos US$ 1 trilhão em valor de mercado, e continuam lucrando em meio à pandemia. Já o petróleo vive uma de suas piores crises, com o colapso na demanda. Em abril, a cotação do barril WTI ficou negativa pela primeira vez.
Fonte: O Globo