O Brasil ampliou as exportações de petróleo para a Ásia no primeiro semestre, roubando uma fatia de mercado de rivais que têm promovido cortes recordes nos embarques em meio à queda sem precedentes na demanda causada pela pandemia do coronavírus.
O movimento reflete a crescente influência do Brasil entre os grandes produtores globais de petróleo à medida que massivos projetos offshore no país iniciam produção. O Brasil deve dar uma das maiores contribuições para o aumento da oferta global nos próximos cinco anos entre os países não membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), segundo a Agência Internacional de Energia.
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A estatal Petrobras ofereceu a refinarias na Ásia acordos competitivos por seu petróleo de relativamente alta qualidade justo no momento em que a China e outros países reabriam suas economias e enquanto nações no Ocidente entravam em “lockdowns” para conter a disseminação do vírus, disseram operadores de mercado.
A China também tomou vantagem dos menores preços do petróleo em décadas para preencher reservas estratégicas.
“Se nós tivéssemos mais petróleo disponível, a China teria comprado”, disse o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, em respostas por escrito a questionamentos.
Castello Branco disse que não havia como aumentar mais as exportações porque a demanda no Brasil também estava se recuperando.
A China é agora o destino de 70% do petróleo exportado pelo país, disse a Petrobras em nota à Reuters.
A Ásia importou uma média de 1,07 milhão de barris por dia de petróleo do Brasil no primeiro semestre, alta de 30% na comparação anual, segundo dados de fluxos de comércio do Refinitiv Eikon.
Os portos asiáticos receberam em junho um recorde de 1,62 milhão de bpd em petróleo do Brasil, quase o triplo do volume em julho de 2019, segundo os dados.
Refinarias da Ásia também têm apetite pelo tipo de petróleo com baixo teor de enxofre que o Brasil vende, uma vez que buscam cumprir com novas regulações para combustível de navios que visam reduzir emissões.
Fonte: Reuters