CBO diversifica serviços ao setor de óleo e gás

Com planos de lançar uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na B3, o grupo CBO, empresa de navegação que atua na indústria de óleo e gás, entrou este ano num novo negócio. Até então atuando apenas no aluguel de barcos de apoio offshore, a companhia estreou em abril o serviço de operação logística integrada para a Petrobras. Ao mesmo tempo, a CBO busca novas oportunidades no setor de afretamento.

O presidente do grupo, Marcos Tinti, conta ao Valor que a ideia é aproveitar o momento de consolidação do mercado brasileiro para expandir a frota de barcos de apoio por meio de aquisições. A empresa celebra também a assinatura de quatorze novos contratos em 2021 - além da extensão de dois outros acordos - que permitiram à companhia aumentar o seu “backlog” em 35% (ou US$ 205 milhões) desde o início do ano, para US$ 792 milhões em abril.

“Houve um represamento de licitações [em 2020], por causa da pandemia... A Petrobras parou para redesenhar o plano [estratégico] e depois voltou [ao mercado]”, explica o executivo.

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O grupo CBO tem como sócios os fundos de investimento Pátria Infraestrutura (40%), Vinci Capital Partners (40%) e o BNDES Par (20%), braço de participação acionária do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A empresa aposta no IPO como uma forma de se capitalizar e, assim, acelerar sua expansão.

“Com o IPO subiríamos de elevador... Seguimos o rito estratégico, não na velocidade que gostaríamos, mas estamos fazendo. Daqui a pouco vai acontecer o melhor momento de mercado [para o IPO]”, afirmou Tinti.

O executivo conta que a empresa chegou a tentar acessar o mercado em 2020, mas que a volatilidade desencadeada pela pandemia de covid-19 e pelas eleições americanas fechou a janela para a abertura do capital. Ele diz que as operações de IPO nos últimos meses, por outras companhias, têm ocorrido com descontos nos ativos colocados à venda e que a CBO ainda aguarda o melhor momento para concretizar a operação.

“Temos que ter paciência... Do lado da companhia, estamos prontos”, disse. “Temos hoje acionistas que são fundos de investimento, [o IPO] é um caminho natural do negócio. Sabemos que a BNDESPar está reduzindo a sua carteira, mas não estamos recebendo nenhuma pressão para isso”, completou.

O executivo explica que os recursos a serem levantados ajudarão nas futuras aquisições e que a empresa não pretende usar o dinheiro para amortizar dívida. A CBO possui hoje endividamento líquido de US$ 737 milhões e alavancagem, medida pela relação dívida líquida/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 4,6 vezes. A meta é reduzir esse patamar para 3 vezes. Para Tinti, no entanto, por ser baseado em financiamentos de longo prazo com o Fundo de Marinha Mercante, com taxas abaixo da média do mercado, a alavancagem do grupo é “alta, mas sob controle”.

A CBO tem 35 embarcações de apoio, frota menor apenas que a da Bram Offshore: 31 barcos foram construídos pela própria empresa, dois foram comprados e outros dois barcos operam para o grupo sob contrato de afretamento “a casco nu” (“bareboat”). Da frota total, apenas quatro embarcações estão, hoje, descontratadas.

Além de atuar no afretamento de barcos de apoio, a companhia deu um passo importante este ano, ao assinar com a Petrobras os seus dois primeiros contratos de prestação de serviços de operação logística integrada. Os dois acordos somam cerca de US$ 70 milhões de “backlog”. Nesse novo negócio, a CBO se encarrega de coletar as cargas na porta dos fornecedores contratados pelo cliente, transportar os insumos por rodovias até os portos e enviar os produtos até as unidades offshore da estatal brasileira por meio de barcos de apoio.

A diversificação dos serviços é um dos pilares do plano estratégico da empresa, definido em 2018. Segundo Tinti, a CBO não descarta entrar em novos negócios, contanto que por meio de parcerias. “Mas neste primeiro momento o foco da companhia é estabilizar essa operação [de operação logística integrada].”

Hoje, o segmento responde por 8% do “backlog” da empresa, mas Tinti vê potencial para dobrar ou triplicar a representatividade do novo serviço dentro dos negócios da companhia. O afretamento, porém, deve continuar como principal negócio. “O próximo passo é oferecer esse mesmo serviço [operação logística integrada] para outras petroleiras”, afirma.

A Petrobras responde por 93% do “backlog” da companhia. Tinti enxerga “alguns movimentos, ainda que não avassaladores” na demanda de outras petroleiras no Brasil. Ele não acredita, contudo, numa mudança estrutural na representatividade da estatal para os negócios do grupo. “Buscar diversificar a carteira é natural, mas dada a concentração da Petrobras, se você quer ter escala, volume nesse setor, precisa da Petrobras”, disse.

Tinti comenta, ainda, sobre o aumento dos custos operacionais decorrentes da necessidade de contratar pessoal extra para atender aos novos protocolos de segurança em meio à pandemia. Segundo ele, a empresa pretende iniciar negociações com a Petrobras para discutir um eventual ressarcimento das despesas. “Vamos colocar no papel e buscar o pleito. Seria importante dividir [os custos]? Sim, seria. É vital? A CBO estava preparada para isso”, disse.

Fonte: Valor



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