Conduzido por cientistas internacionais liderados pelo programa The Rich North Sea e pelo Instituto Real Holandês de Pesquisa Marinha (NIOZ), o estudo destaca que as principais metas globais de preservação e restauração da natureza, incluindo a meta da ONU de restaurar 30% dos ecossistemas degradados até 2030, estão ficando inalcançáveis devido à falta de financiamento e vontade política.
Com a energia eólica offshore já tendo projetos de valorização da natureza e algumas licitações já apresentando projetos eólicos offshore integrados e inclusivos, os autores apontam que o setor está bem posicionado para ser pioneiro na mitigação das mudanças climáticas, ao mesmo tempo em que reconstrói a vida marinha em larga escala.
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Segundo o estudo, é possível lidar com as crises climática e de biodiversidade simultaneamente, garantindo que a restauração marinha acompanhe a expansão das energias renováveis. De acordo com o trabalho, a perda de biodiversidade poderia ser revertida com apenas uma fração do investimento total se os requisitos de biodiversidade inteligente fossem incorporados aos procedimentos de licenciamento e licitação de energia eólica offshore.
Os autores argumentam que os governos raramente exigem investimentos para atingir metas mais amplas de biodiversidade marinha, apesar das taxas de licenciamento para energia eólica offshore e dos critérios de licitação não financeiros fazerem parte dos procedimentos de alocação de locais/projetos. Eles citam como exceção a licitação holandesa Hollandse Kust West site VI, que incluiu a natureza, que exigiu a contribuição de consórcios de Parques Eólicos Offshore, os OWFs, na sigla em inglês.
“A incorporação de condições de licenciamento que vinculem os OWFs a uma combinação oportuna, ambiciosa e equilibrada de medidas de restauração passiva e
ativa dentro e fora deles poderia impulsionar a restauração da vida marinha por meio de projetos de grande porte, com quilômetros quadrados de extensão. Essa
abordagem enfrentaria as crises climática e de biodiversidade simultaneamente, garantindo que a restauração marinha acompanhe a expansão das energias
renováveis”, diz o estudo.