Enauta vê falta de interesse em leilões do pré-sal como temporário e reitera otimismo
A ausência de grandes petroleiras nos leilões de áreas exploratórias no Brasil é temporária e veio diante de um esgotamento da capacidade financeira das companhias para investir, disse nesta quinta-feira o presidente na brasileira Enauta, Lincoln Guardado, para quem o pré-sal permanece como de grande interesse. A afirmação do executivo vem após analistas de mercado terem classificado os dois leilões de blocos de exploração e produção de petróleo no Brasil como frustrantes, por terem tido poucos lances e liderados apenas pela estatal Petrobras. Os resultados decepcionantes vieram, no entanto, após a 16ª rodada de blocos exploratórios sob regime de concessão, no mês passado, com recorde de arrecadação para um leilão de concessão. "As verbas não são infinitas, mesmo para companhias de grande porte", disse Guardado a jornalistas, após o fim da 6ª Rodada de Licitações de Partilha da Produção, nesta quinta-feira. "Eu imagino que para essas empresas que participaram do conjunto e, não do particular, esgotaram um pouco a capacidade financeira e capacidade de portfólio. Mas nada que venha tirar o potencial que o pré-sal tem." A Enauta era a única companhia brasileira inscrita para a 6ª Rodada, além da Petrobras, e havia declarado recentemente, em entrevista à Reuters, interesse em comprar até mais duas áreas exploratórias no pré-sal em futuro próximo. A companhia opera um campo na Bacia de Santos, Atlanta, onde existe a expectativa de reserva no pré-sal. Questionado se não encontrou os parceiros necessários para um lance no certamente desta quinta-feira, Guardado ressaltou que "parceiros a gente sempre tem, o que a gente às vezes não consegue convergir é no todo". Ele disse que às vezes falta convergência em percentual para a formação de um consórcio, além do "timing" das coisas. Mas não revelou detalhes sobre as negociações. O presidente da Enauta, no entanto, apresentou otimismo com o futuro e disse que o resultado dos leilões desta semana é "temporal". "Isso vai voltar e vai voltar bem e eu tenho certeza que o pré-sal vai continuar sendo um sucesso... E o recado que o governo deu foi interessante, de rever, de ver e manter a competitividade que essas áreas vão ter. Não dá para a gente medir o potencial pelo o que aconteceu ontem e hoje. A história do pré-sal está só começando", completou. O governo vai reavaliar parâmetros de leilões do pré-sal como bônus de assinatura e óleo lucro, após resultado abaixo de expectativa em certames nesta semana, disse o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em entrevista à Reuters nesta quinta-feira. Segundo o ministro, o governo vai começar a reavaliar nos próximos dias tais parâmetros. Analistas afirmaram que os bônus foram muito elevados, o que pode ter afastado concorrentes. Fonte: Extra