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Petrobras aumenta exportação de óleo pelo Porto do Açu

A Açu Petróleo, joint venture entre a Prumo Logística e a alemã Oiltanking, assinou contrato com a Petrobras que vai mais do que dobrar o volume de óleo exportado pela petroleira no terminal do Porto do Açu. O acordo, fechado em abril, prevê o escoamento de até 240 milhões de barris de petróleo, cerca de 300 mil barris por dia (barris/dia), em dois anos no terminal, em São João da Barra (RJ).

A Petrobras exporta parte da produção pelo porto no norte fluminense desde 2019. De acordo com Victor Bomfim, presidente da Açu Petróleo, a exportação do petróleo brasileiro tem crescido a um ritmo de 20% a 30% ao ano desde 2018, com destaque para as vendas para o Oriente, com a China como destino principal.


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Nesse contexto, a Açu Petróleo se prepara para capacitar seu terminal com um parque de estocagem de petróleo e para fazer uma conexão dutoviária à malha de escoamento do Estado do Rio. A previsão é de investimentos da ordem de R$ 2,5 bilhões. As obras devem começar no segundo semestre.

Bomfim lembra que o Brasil tem hoje um parque de tancagem insuficiente para dar conta do aumento da produção nacional de petróleo, que deve chegar a 5 milhões de barris/dia em 2028, segundo projeções da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Hoje, a Açu Petróleo tem capacidade para movimentar até 1,2 milhão de barris/dia de petróleo, com possibilidade de expansão para 2 milhões de barris/dia. A expectativa é que o terminal tenha capacidade de tancagem de 5,7 milhões de barris, com início das operações entre o fim de 2023 e o início de 2024.

“Na pandemia, faltou estocagem. Comparado com outros países exportadores, o Brasil é o que tem a menor capacidade de tancagem, existe uma demanda enorme reprimida”, afirma Bomfim.

Atualmente, o Brasil exporta cerca de 1,3 milhão de barris/dia. A previsão da EPE é que em 2030 o país se torne um dos cinco maiores exportadores de petróleo do mundo, com 65% de sua produção vendida para o mercado externo.

Uma maior capacidade de tancagem permitiria às petroleiras fazer a mistura ou tratamento do petróleo antes de exportar, aumentando a qualidade do produto final. “A tancagem permite melhorar e otimizar muito a logística de exportação. Há uma necessidade muito grande de que a indústria e o país se preparem e tenham infraestrutura logística para fazer frente ao aumento da produção”, defende Bomfim.

No momento, a exportação brasileira é feita principalmente por meio do transbordo em embarcações, sem necessidade de construção de infraestrutura em terra. O Açu é responsável por 25% das exportações de petróleo do país, participação de mercado que deve crescer com o novo contrato assinado com a Petrobras.

Segundo Bomfim, a Açu Petróleo teve alta de 50% nos volumes movimentados no primeiro trimestre de 2021, em relação a igual período de 2020. “O óleo do pré-sal está sendo muito bem recebido e tem tido uma valorização grande, devido ao seu baixo teor de enxofre”, afirma.

O Açu se beneficia das vendas do petróleo brasileiro para o Oriente, pois é o único terminal privado do país capaz de receber navios do tipo Very Large Crude Carrier (VLCC), modelo mais usado nas exportações para a Ásia.

Além dos volumes que recebe da Petrobras, produzidos principalmente no pré-sal na Bacia de Santos, a Açu Petróleo tem acordos para receber a produção brasileira das petroleiras Shell, Total, Galp e Equinor.

O presidente da Açu Petróleo lembra que a diversidade de contratos é fruto da ampliação do número de companhias privadas no setor de exploração e produção brasileiro nos últimos anos. “Estar à frente de uma empresa em que a Petrobras é uma cliente muito importante, mas que não é a única, dá muita robustez ao negócio. A indústria mudou muito, para melhor" diz Bomfim.

Segundo o executivo, o crescimento dos volumes de petróleo movimentados pela Açu Petróleo nos últimos anos e, consequentemente, a alta nas receitas da empresa, coloca a companhia em um perfil adequado para a abertura de capital. A Açu Petróleo registrou em 2020 o pedido para a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), mas optou por adiar a operação, para aguardar uma melhor conjuntura de mercado.

Bomfim acredita que a oferta possa ocorrer entre o último trimestre de 2021 e o começo de 2022. O valor levantado no IPO deve ajudar a financiar parte das obras previstas para a construção da capacidade de tancagem no terminal. Outra parte do valor deve vir de financiamentos com bancos nacionais ou estrangeiros.

“Não são poucas as linhas de financiamento para um projeto de infraestrutura com essas características, extremamente estratégico, num mercado crescente. Existem órgãos de fomento no Brasil e no exterior que podem nos ajudar, além do capital próprio da Açu Petróleo", afirma Bomfim.

Fonte: Valor






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