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Petrobras diz que venda de ativos está intacta

O programa de desinvestimentos da Petrobras poderá sofrer alguns atrasos, mas se mantém “intacto”, mesmo diante da crise econômica desencadeada pela pandemia do novo coronavírus e frente ao choque de preços do petróleo no mercado internacional. O presidente da estatal, Roberto Castello Branco, disse ontem que tem a confiança de que os negócios em reta final - que foram assinados antes do colapso dos preços da commodity - serão honrados pelos compradores.

A estatal tem oito transações já assinadas, mas ainda pendentes de conclusão, que totalizam US$ 2,75 bilhões, dos quais a companhia já recebeu US$ 159,5 milhões como sinal. Dessas operações, sete envolvem ativos de exploração e produção (E&P), sensíveis aos preços do petróleo.


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“Temos confiança, pelo que nos é dado pelos compradores, de que a liquidação financeira ocorrerá no momento que for marcado”, disse o executivo, durante evento on-line promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Ele explicou que algumas transações ainda têm que obedecer a “condições precedentes”. E citou o exemplo da venda da Liquigás, para a Copagaz e Nacional Gás, que ainda depende do aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). “Os compradores estão firmes, esperando”, disse.

Desde o colapso dos preços do petróleo, no início de março, a companhia avançou com alguns negócios: abriu oficialmente o processo de venda dos 10% remanescentes da empresa na Nova Transportadora do Sudeste (NTS) e iniciou a fase vinculante do desinvestimento dos polos Golfinho e Camarupim, na Bacia do Espírito Santo. Por outro lado, adiou prazos dos processos de alienação das refinarias e da Gaspetro.

Castello Branco comentou, ainda, sobre os efeitos da pandemia sobre o mercado doméstico de combustíveis. Ele citou que as vendas de gasolina vivem uma contração da ordem de 60% em relação ao momento pré-crise, enquanto a demanda por diesel está 40% menor e o tamanho do mercado de querosene de aviação (QAV) é, hoje, apenas 15% do que era antes da adoção das políticas de isolamento social.

O executivo destacou que, em meio à desvalorização do petróleo no mercado internacional, a companhia tem feito reduções significativas nos preços dos combustíveis no mercado interno. E cobrou que os ajustes da petroleira cheguem ao consumidor final.

“Espero que [os demais elos da cadeia, como distribuidores e revendedores] se comportem como bons capitalistas e não como inimigos do capitalismo que prosperam em cima da sociedade e minam a crença popular no funcionamento do livre mercado”, afirmou Castello Branco.

Diante da queda da demanda, a Petrobras começou, nas últimas semanas, a hibernar 62 plataformas que operam em campos de águas rasas das bacias de Campos, Sergipe, Potiguar e Ceará. Com custos mais elevados, esses ativos, que estão à venda pela companhia, não são competitivos frente ao cenário de preços atual. Ontem, o barril do tipo Brent fechou cotado a US$ 27,7. A parada dessas unidades corresponde a um corte de produção de 23 mil barris diários.

Castello Branco destacou, ainda, que a empresa tem um “papel social” e que o corte de produção adotado pela companhia não acarretará em demissões. “Isso não está sobre a mesa”, afirmou.

Segundo a estatal, os empregados das plataformas desativadas serão realocados para outras unidades e têm a opção, caso haja interesse, de aderirem ao Plano de Desligamento Voluntário (PDV) criado pela empresa para empregados que trabalham em ativos à venda.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) se opõe à medida. A entidade sindical informou que cerca de 360 trabalhadores próprios serão transferidos para refinarias espalhadas por todo o país e estima que a redução da produção de petróleo e das atividades no refino pode impactar diretamente 2,6 funcionários próprios e 7 mil terceirizados - categoria mais vulnerável a eventuais demissões.

A FUP defende que, ao invés de parar um número elevado de plataformas, afetando milhares de trabalhadores, a companhia deveria cortar o volume de produção desejado concentrando-se em poucas - três ou quatro - plataformas de grande porte.

Fonte: Valor






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