EBN, que opera na cabotagem e ingressou no suporte offshore em 2022, considera filiação um movimento importante, no momento de reaquecimento do segmento de apoio marítimo
A Posidonia Shipping se associou à Associação Brasileira das Empresas de Apoio Marítimo (Abeam) e ao Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima (Syndarma). A empresa brasileira de navegação (EBN), que opera na cabotagem e ingressou no suporte offshore em 2022, considera essa filiação um movimento importante, no momento em que o segmento de apoio marítimo se recupera da crise do setor de petróleo e gás, iniciada em 2015 e que resultou na redução do número de barcos de apoio contratados, e que foi seguida do período de pandemia, que trouxe protocolos e custos adicionais à atividade.
“Reconhecemos a identidade de objetivos para o setor, que é o fortalecimento da bandeira brasileira e da formação de frota nacional, contribuindo para que o Brasil mantenha sua importância mundial”, destacou o sócio-diretor da Posidonia, Abrahão Salomão, à Portos e Navios.
Salomão disse que, desde sua fundação em 2010, a Posidonia vem se preparando para atuar no segmento offshore, investindo fortemente em contratação de pessoal, treinamento, sistema de gestão, além do acompanhamento do mercado, sem que a crise dos últimos anos tivesse causado qualquer impacto nisso. “Sempre soubemos que o setor daria a volta por cima, mais maduro e fortalecido. É para isso que vamos contribuir”, afirmou.
O diretor acrescentou que, particularmente, a associação ao Syndarma também representa um valor afetivo e nostálgico. “A associação ao Syndarma, que atualmente mantém a Abeam em seus quadros de filiação, tem, para mim, um gosto especial de ‘volta a casa’ já que meu pai (Alarico Salomão) participou da diretoria e vice-presidência do sindicato em algumas oportunidades, na época em que também representava as empresas de cabotagem realmente nacionais”, comentou.
A aposta da Posidonia no apoio marítimo levou em conta as perspectivas de crescimento das atividades offshore. A chegada de novas plataformas e o desenvolvimento de novos campos trouxeram a expectativa de ampliação do número de contratos no segmento, o que demandará embarcações numa quantidade que pode não ser suprida exclusivamente pelo mercado brasileiro. A empresa observa oportunidades principalmente para barcos de apoio offshore de maior porte, como AHTS (manuseio de âncoras). A atual frota offshore da Posidonia conta com dois AHTS 18.000 (GH Navigator e GH Pathfinder), afretados do armador alemão UOS.
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A frota de apoio marítimo em águas jurisdicionais brasileiras (AJB) fechou o primeiro mês do ano com um total de 418 embarcações, mesmo número de dezembro passado e acima das 395 unidades registradas em janeiro de 2022. De acordo com o relatório mais recente Syndarma/Abeam, 377 correspondiam a unidades de bandeira brasileira e 41 de bandeira estrangeira, na posição de janeiro de 2023. As embarcações com bandeira nacional representam 90% da frota de apoio offshore, enquanto 10% correspondem a embarcações de apoio com bandeiras estrangeiras.
O Syndarma/Abeam observa demandas pelos mais variados tipos de embarcações de apoio marítimo para atender à indústria de petróleo e gás na costa brasileira em razão da diversidade de fainas que as embarcações de apoio marítimo podem realizar. Para entidade, o crescimento da frota tem por base o marco regulatório da navegação (Lei 9.432/1997), que consolidou a política pública setorial de prioridade de emprego da bandeira brasileira, através de uma equação inteligente de fomento à construção de embarcações no Brasil.
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