A produção diária de petróleo da União dará um salto nos próximos 10 anos e alcançará o pico em 2029, quando atingirá 564 mil barris por dia, mais de 11 vezes a produção atual de 51 mil bpd. A projeção é do estudo “Estimativas de resultados nos contratos de partilha e nos acordos de individualização com participação da União”, elaborado pela Pré-Sal Petróleo (PPSA) que contempla projeções até 2033 para os contratos de partilha e para as jazidas compartilhada de Mero, Atapu e Tupi.
O trabalho foi divulgado nesta quarta-feira (22), pela diretora técnica e presidente interina, Tabita Loureiro, no Fórum Técnico Pré-Sal Petróleo – 10 anos de história.
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Segundo Tabita Loureiro, somente com a comercialização da parcela de petróleo e de gás natural da União serão arrecadados R$ 466 bilhões nos próximos dez anos. Quase a totalidade da produção da União (97,5%) virá de projetos com declaração de comercialidade. Neste período, os contratos irão gerar uma receita total de R$ 1,15 trilhão para os cofres públicos, considerando a comercialização, o pagamento de royalties (R$ 373 bilhões) e os tributos recolhidos pelas empresas produtoras (R$ 315 bilhões).
Considerando toda a vida útil dos contratos, somente os nove contratos comerciais de partilha representam para sociedade pelo menos R$ 2 trilhões em comercialização de óleo e gás natural, royalties e tributos, além de R$ 700 bilhões em investimentos.
“Os projetos em regime de partilha estão em curva ascendente de produção. Atingiremos 564 mil barris por dia de produção para a União em 2029 só com os contratos comerciais. Pela primeira vez, estamos projetando a produção da União de gás natural e observamos que nos próximos anos, o governo terá cerca de 3 milhões de m³ por dia para ofertar ao mercado.”, explicou Tabita.
A parcela de gás natural diária da União saltará dos 112 mil m³/dia (setembro de 2023) para 1,8 milhão m³/dia em 2027, mantendo uma média de 3 milhões m³/dia pelos próximos seis anos. O pico é alcançado em 2029 com 3,5 milhões m³/dia.
Produção crescente
O estudo projeta também a produção média diária total dos contratos. No petróleo, é esperado um salto, com a produção saindo dos atuais 921 mil barris por dia (bpd) para 2,3 milhões de bpd em 2029, quando a produção atingirá o pico. Nos anos seguintes, se não houver novos contratos, a produção entrará em declínio gradualmente. De 2023 a 2032, os contratos acumularão um total de 6,5 bilhões de barris produzidos, dos quais 1,3 bilhão pertencerão à União (20%).
A produção de gás natural para exportação nestes contratos apresenta crescimento a partir de 2025 e se mantém praticamente estável entre 2026 e 2032.
Além dos valores arrecadados para a União, os investimentos realizados pela indústria também serão vultuosos: R$ 475 bilhões até 2033, com pico em 2025 quando serão aplicados R$ 104,42 bilhões na produção de petróleo e de gás natural nos contratos de partilha de produção. O estudo estima, ainda, a demanda de 18 FPSOs (Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência) e 302 poços. Desse número, só os contratos comerciais representam 11 FPSOS e 215 poços.
O trabalho foi realizado pela equipe de Planejamento Estratégico da PPSA e pela Diretoria de Gestão de Contratos com a utilização de um modelo de avaliação econômica desenvolvido internamente. Foi utilizado o preço de US$ 75 por barril nos anos de 2024 e 2025 e de US$ 70 por barril de 2026 em diante.