"Do jeito que está os cruzeiros marítimos não virão para o Brasil durante a Copa do Mundo e Olimpíadas". Dessa forma André Pousada, vice-presidente da Abremar, encerrou o debate entre a Associação Brasileira das Empresas de Cruzeiros Marítimos (Abremar) e Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq) promovido na noite de quarta-feira pela CNC, no Rio de Janeiro.
"Se teremos ou não cruzeiros durante os meses de junho e julho em 2014 e 2016 só as empresas de cruzeiros poderão responder, mas hoje, do jeito que está, não faz sentido uma empresa tirar um navio do hemisfério norte para ficar atracado no Brasil", desabafou Pousada.
Das 12 cidades sedes que receberão os jogos, apenas em sete o Governo Federal destinará recursos do PAC para os portos. O total a ser investido é de R$ 740 milhões, valor considerado muito abaixo do necessário até mesmo pelo representante da Antaq, Horácio Leite Pereira, gerente de Outorga da Antaq: "A solução é solicitar recursos adicionais ao governo federal via BNDES. Esse valor não dá nem para o começo", disparou.
Cada representante teve 30 minutos para falar do seu setor e do planejamento para os grandes eventos esportivos. André Pousada aproveitou seu tempo para dizer que o maior problema hoje é em relação à infraestrutura: "Esse é o nosso principal gargalo. Depender de obras, principalmente públicas, pode demorar mais de um ano", disse. Ele lembrou ainda que muitas das obras sugeridas diz respeito a aumentar a fundação para que navios de grande porte possam atracar, mas que não se fala em melhorar o setor de embarque e desembarque dos passageiros. "O que adianta o navio parar, mas o passageiro não conseguir desembarcar", indagou.
Horácio Pereira pouco falou da situação dos portos para 2014 e 2016. Em seu pronunciamento, procurou falar sobre os investimentos que estão sendo feitos pelo PAC. No entanto, quando indagado sobre os demais portos, afirmou estar pessimista: "Sendo sincero estou preocupado com os demais portos. O governo de Natal construiu uma ponte bem bonita e iluminada próximo ao porto e com uma altura que imagino não ser suficiente para passar um navio. Problemas como esse poderiam ser evitados, mas mudar agora é mais complicado", disse.
O debate terminou com os dois representantes respondendo as perguntas dos conselheiros. No fim, ambos receberam diplomas pela participação.
Fonte: Mercado & Eventos/Diego Verticchio
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