Depois de também levar um puxão de orelha da presidente Dilma Rousseff (PT), a Transnordestina Logística S/A, responsável pela construção da ferrovia de 1.728 quilômetros que ligará a cidade de Eliseu Martins (PI) e os portos de Pecém (CE) e Suape (PE), preferiu não tocar no assunto da necessidade de aditivos para concluir a obra. No entanto, o presidente da empresa, Tufi Daher Filho, deixou claro que a presidente da República conhece o empreendimento e sabe o que é preciso para por em operação o projeto que data da época do Império e começou em junho de 2006, durante o governo do presidente Luis Inácio Lula da Silva.
Extraoficialmente, a empresa diz que é necessário aditivo de 5% no montante que já passou de R$ 3 bilhões para R$ 5,4 bilhões. Dilma, em visita a canteiro de obras em Parnamirim, no Sertão pernambucano, deixou claro que não admitirá aumento nos custos. "Numa obra desse porte, é claro que vão aparecer gastos não programados. Mas não podemos mais fugir do orçamento", disse numa rápida entrevista coletiva.
Em Salgueiro, também no Sertão, a presidente e os executivos da obra tiveram uma conversa de mais de duas horas. Ela cobrou os prazos prometidos pela empresa: o trecho de Eliseu Martins a Suape tem de ficar pronto em dezembro de 2014. O restante, um ano depois. Inicialmente, a previsão era que tudo fosse concluído em 2010.
De forma sutil, Daher buscou passar para o governo federal a responsabilidade das consequências de não aumentar o repasse de verbas. "Ela sabe bem o que estamos fazendo e o que é necessário para finalizar a obra", disse Tufi, logo após o encontro.
No meio da tarde, a presidente pegou um helicóptero para Juazeiro do Norte (CE), de onde embarcou para Brasília.
Na quarta-feira (8), Dilma puxou a orelha das empreiteiras responsáveis pelas obras da transposição do Rio São Francisco, o que deixou irritados os empresários que se reuniram com ela no final do dia.
Fonte: JC Online
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