O problema do fluxo de caminhões no bairro da Alemoa em Santos pode ser resolvido com a implantação de um sistema de agendamento para a movimentação de cargas nas empresas que atuam na área. Esta solução, que deve ser implantada pela iniciativa privada, é a aposta da Prefeitura para resolver parte dos problemas viários locais.
A sugestão foi apresentada para um grupo de mais de 30 empresários do setor, em uma reunião, realizada recentemente, na Associação das Empresas do Distrito Industrial e Portuário da Alemoa (AMA).
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Para o secretário-adjunto de Assuntos Portuários e Marítimos de Santos, Frederico Abdalla, o poder público já atuou em várias das queixas recebidas. “Agora, estamos numa fase em que os empresários precisam participar mais das soluções. Para que a gente resolva o fluxo viário, os empresários precisam investir em sistemas de agendamento das suas operações”, afirma. “A maioria dos terminais faz de forma mambembe, improvisada, com e-mail e com telefonema. Nós queremos uma sintonia do sistema dos terminais da Alemoa com o Portolog, da Codesp”.
A Associação Brasileira dos Terminais Retroportuários e das Empresas Transportadoras de Contêineres (ABTTC) conta com um modelo semelhante ao que é sugerido pela Prefeitura, que já funciona em duas empresas da região, a Grieg Retroporto e a JBS, e está sendo implantado na Transmodal.
"Criamos o programa para atender uma necessidade do setor, que há 3 anos teve problemas no Guarujá”, lembra Wagner Rodrigo Cruz de Souza, gerente executivo da ABTTC. A adesão ao sistema é fácil e permite às transportadoras, por meio de login e senha, agendar a data. “O mais difícil é implementar a cultura do agendamento nos caminhoneiros. Hoje, em muitos casos, se ele tem horário marcado para às 10 horas e sabe que a região é complicada de trânsito, vai chegar às 8 horas. Isso não pode existir”. Souza lembra que nas empresas que contam com a tecnologia, um trabalho de conscientização precisou ser feito com os motoristas para que tudo funcionasse como previsto.
Contrapartida municipal
Para dar suporte a essa mudança organizacional das empresas, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de Santos está desenvolvendo um novo projeto para o viário, que deve ganhar nova sinalização. Outro problema apontado pelos empresários são os veículos abandonados. “A CET tem grande dificuldade de saber para onde levar esses veículos, uma vez que eles são abandonados por serem quase sucata. Mas um local para essa remoção também está em análise”, diz Abdalla.
Outro projeto que deve sem implantado em breve são passarelas para pedestres na linha férrea que corta o bairro. “Lutamos bastante por isso, pois muitos dos funcionários das empresas vem de ônibus e descem na (Avenida) Bandeirantes e atravessam a linha férrea no nível do solo e correm risco. Com a passarela, acaba o perigo”, comemora o presidente da AMA João Maria D'Orey Menano.
Fonte: A Tribuna online/EGLE CISTERNA