O leilão das seis áreas em portos do Pará acontecerá no dia 9 de junho, anunciou ontem o ministro dos Portos, Helder Barbalho, em evento de comércio exterior. Não haverá mudanças nos editais. O adiamento é de mais de dois meses em relação à previsão original.
No dia 28 o governo suspendeu a abertura dos envelopes que ocorreria no dia 31 e disse que o leilão seria postergado em um mês. A justificativa foram problemas técnicos no sistema de informática para esclarecimento de dúvidas sobre os editais. Mas houve pouco interesse das empresas pelas áreas.
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Serão leiloadas duas áreas nos portos de Santarém, três em Outeiro e uma em Vila do Conde. Cinco serão para movimentação de granéis vegetais e um para granéis minerais, em Santarém. Vence quem der o maior valor de outorga.
O investimento total é de R$ 1,46 bilhão, sendo R$ 288,7 milhões no terminal de grãos de Santarém; R$ 91,8 milhões no de fertilizantes; R$ 221,7 milhões em cada um dos terminais de Outeiro; e R$ 419 milhões em Vila do Conde. Estima-se que os arrendatários paguem R$ 302 milhões em tarifas nos 25 anos de exploração das áreas.
A crise é apontada como possível causas para a falta de propostas enviadas à BM&FBovespa na semana passada, num momento em ainda não se sabia se Barbalho, do PMDB, ficaria no governo, decisão cada vez mais provável. O ministro segue no cargo e conta com apoio da iniciativa privada, para quem ele imprimiu dinamismo no setor.
Especialistas apontam outras razões para a baixa procura. Uma delas é que os terminais de uso privado (TUPs) recém-surgidos no Pará já atenderiam a demanda prevista. Além disso, os seis terminais são projetos "do zero" dentro de portos públicos. "O valor do investimento é muito alto para todas as amarras que há num porto público que irá concorrer com TUPs", diz uma fonte. Além disso, o financiamento está mais caro. O ideal seria o governo exigir investimentos menores. "Todas as tradings já estão com TUPs ou arrendamentos na região, o projeto deveria ser adaptado às empresas de médio porte e operadores portuários [que não têm carga] para ser atrativo", disse um especialista.
Barbalho conclamou a iniciativa privada a investir e afirmou que "dificuldades existem", mas que o país não está vivendo sua primeira crise. "Sou otimista por natureza; me nego a ficar catatônico perante o primeiro desafio", afirmou o ministro.
Fonte: Valor Econômico/Fernanda Pires | De São Paulo