Aproximadamente R$ 500 milhões. Esse é o valor que impede o projeto de revitalização conhecido como Porto-Valongo, no Centro da Cidade, sair do papel. E ele pode ser obtido a partir de uma Parceria Público Privada (PPP). Mais do que restaurar armazéns antigos e estruturas históricas do cais santista, o empreendimento eliminará mais um trecho em que o conflito rodo-ferroviário prejudica as operações portuárias.
A iniciativa contempla a implantação de uma passagem subterrânea rodoviária apelidada de Mergulhão, que deverá ficar atrás do prédio da Alfândega de Santos. Pelo nível inferior, vão trafegar veículos comerciais, principalmente caminhões. O nível das ruas será reservado para a movimentação das composições férreas, além servir de acesso ao cais.
A obra, de acordo com a Secretaria de Portos(SEP) da Presidência da República, custa cerca de R$ 1 bilhão. E há à disposição R$ 310 milhões, provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Para a conta fechar, Prefeitura, Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Ministério Público e União tentam achar uma solução. A alternativa em análise é tocar o projeto por meio de uma PPP. A informação é do Secretário de Assuntos Portuários e Marítimos de Santos (Seport), José Eduardo Lopes, que esteve recentemente com interlocutores do ministro do Portos, Edinho Araújo, para articular um possível fim ao imbróglio.
“Notamos que houve uma sensibilização a respeito desse assunto, principalmente pela identificação do minsitro com o prefeito Paulo Alexandre Barbosa”, explica Lopes. Na antiga gestão da pasta em Brasília, lembra o secretário, o entendimento era de que o Mergulhão e o Porto-Valongo eram algo distintos, o que impediu o desenrolar da história.
O diretor de Infraestrutura e Execução de Obras da Codesp, Paulino Moreira da Silva Vicente, considera a revitalização um projeto interessante de integração entre Porto e Cidade. “Mas, para garanti-la, é imprescindível que o Mergulhão se estenda além do inicialmente previsto, de mandando mais recursos do que aqueles garantidos".
O fato é que o projeto executivo da obra, com 700 metros de laje (237 metros a menos do que o inicialmente cotado), foi concluído em outubro passado. Além das intervenções viárias, espera-se que a revitalização dos armazéns históricos dessa região possam gerar novos tipos de exploração comerciais.
Entre as possibilidades que poderiam ser exploradas pela iniciativa privada na área, estão a operação de marinas, restaurantes e até mesmo a instalação de um terminal de passageiros. Alguns dos armazéns, inclusive, deverão funcionar como museus, uma vez que universidades poderão utilizá-los.
Fonte: Tribuna de Santos/José Claudio Pimentel
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