Segundo o Banco, montante menor de empréstimos ao Ceará não é motivo para preocupações
Rio de Janeiro. Com quase R$ 11,3 bilhões contratados, entre janeiro e setembro, deste ano no Nordeste - sendo cerca de R$ 1,69 bilhões no Ceará -, o Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que, agora, divide as atenções com o Banco do Nordeste (BNB) como fomentador do desenvolvimento da região, aposta na forte coordenação entre as duas instituições públicas no financiamento de projetos. Para o vice-presidente do BNDES, João Carlos Ferraz, que recebeu ontem a impressa das cidades que receberão a Copa do Mundo de 2014 no Nordeste, na sede do banco, no Rio de Janeiro, essa complementaridade traduz-se em garantia do bom uso dos recursos públicos, evitando, dessa forma, que as empresas "joguem com as instituições financeiras" no momento da contratação. "É muito importante essa coordenação para o bem dos recursos públicos, para o seu bom uso. Isso evita que as empresas joguem com um ou outro banco", declarou.
Preocupação presidencial
"Essa proposta é, inclusive, uma preocupação da presidente Dilma Rousseff, a partir da qual os bancos públicos podem atuar melhor na criação de mais e melhores empregos e ainda para que os financiamentos não vazem para fora do País", afirmou Ferraz. Os questionamentos sobre a atuação tanto do BNB como do BNDES, no Nordeste, surgiram depois que a presidente declarou que o primeiro deveria especializar-se no segmento de micros e pequenas empresas, ficando os grandes projetos a cargo do segundo. "Sobre isso, acho que o BNB não deveria especializar-se única e exclusivamente nas MPE´s", disse. "Na verdade, já houve essa discussão entre o Ministério da Fazenda,o BNB, o BNDES e também o Basa. Acredito que precisamos dessa coordenação, mas isto também não significa que um não deva instigar o outro a ser melhor", argumentou.
Menos recursos
Nos nove primeiros meses de 2011, no confronto com igual intervalo de tempo de 2010, o volume de recursos emprestados pelo BNDES na região recuou 1,2%, com essa queda sendo bem mais acentuada no Ceará, onde o banco financiou quase 30% menos. Em estados como a Bahia, onde foram aplicados aproximadamente R$ 3,07 bilhões, o recuo foi bem menor (-7,68%); havendo, por outro lado, aumento de 3,2% no vizinho Pernambuco, que totalizou quase R$ 2,9 bilhões em financiamentos no período. Na avaliação do vice-presidente do BNDES, o fraco desempenho do Ceará, ainda o terceiro na tomada de recursos por meio deste banco no Nordeste, não deve ser motivo para preocupação.
No longo prazo
"O financiamento no longo prazo não é linear. Ele acontece em saltos, portanto não se pode analisar dessa forma. Às vezes, contratos específicos fazem com que essas diferenças apareçam. Isso não ocorre só com o Ceará. Ferraz esteve com o governador Cid Gomes, na última sexta-feira, revelando a preocupação do mesmo sobre o entorno do Pecém, complexo portuário e industrial para onde convergem, atualmente, os grandes projetos estruturantes no Estado. "Estamos tentando oferecer linhas de financiamento aos estados para fortalecer suas competências de gestão", emendou.
Fonte: Diário do Nordeste (CE)/Anchieta Dantas Jr.
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