SÃO PAULO - O Brasil acertou hoje um protocolo sanitário com a Turquia que permitirá a exportação de bovinos que estejam prontos para o abate imediato ao país, ampliando a variedade de bovinos vivos que os brasileiros podem exportar aos turcos, segundo o Ministério da Agricultura. A Pasta estima que setor poderá embarcar à Turquia cerca de 100 mil cabeças prontas para abate até o fim deste ano.
O protocolo prevê a redução da quantidade de exames e do período de quarentena, o que diminui o custo de produção. Além disso, os embarques deverão ser feitos com bois machos que já passaram pelo processo de engorda, com peso superior a 450 quilos, o que deve agregar valor às exportações.
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O acordo amplia a gama de gado vivo que o Brasil pode exportar à Turquia, conforme acertado em agosto do ano passado entre o ministério brasileiro e as autoridades veterinárias turcas. Na ocasião, os países retomaram o comércio de bois em pé.
O ministério informou que pretende diversificar ainda mais o comércio de animais e seus produtos com a Turquia. “O DSA [Departamento de Saúde Animal] está promovendo gestões junto ao serviço veterinário turco para que o Brasil possa exportar produtos como embriões, sêmen e carne bovina”, afirmou, em nota, Guilherme Marques, diretor do departamento.
De janeiro a junho deste ano, o Brasil embarcou 86.005 cabeças de bovinos à Turquia, avaliadas em cerca de US$ 50 milhões. Com isso, o país tornou-se o principal cliente de gado bovino brasileiro, respondendo por 61,8% dos bovinos exportados pelo Brasil.
De acordo com o ministério, a abertura do mercado turco compensou a redução da participação da Venezuela, cuja demanda foi afetada pela crise econômica do país. Até o fim de 2014, os venezuelanos eram os principais parceiros comerciais do Brasil na compra de gado bovino vivo, chegando a representar mais de 90% do total volume das exportações brasileiras.
Fonte: Valor Econômico/Camila Souza Ramos