O segundo lote de equipamentos que serão utilizados na nova instalação da Brasil Terminal Portuário (BTP) no Porto de Santos deve chegar à Cidade no próximo sábado. Os oito transtêineres (usados para empilhar e estocar contêineres na área de armazenagem), que fazem parte do carregamento, ficarão fundeados na Barra até o dia 21 deste mês, quando a terminará a descarga dos primeiros aparelhos.
No total, a BTP receberá quatro lotes de máquinas. Serão oito portêineres e 26 transtêineres, todos importados da China e produzidos pela ZPMC, fabricante de equipamentos portuários, que concentra cerca de 30% do mercado mundial.
Os quatro portêineres (aparelhos utilizados no transporte da carga entre o cais e o navio) do primeiro lote começaram a ser descarregados na manhã de ontem, no terminal. Os seis transtêineres, que também vieram da China a bordo do navio Zhen Hua 14, já foram desembarcados. A operação aconteceu na última quinta-feira.
Segundo o gerente de Equipamentos da BTP, Marcelo Machado, a retirada dos transtêineres foi mais simples porque os aparelhos se locomovem sobre as próprias rodas. Ele explicou que uma chapa de aço foi colocada entre o navio e o cais para que os equipamentos fossem descarregados. Esse procedimento durou apenas duas horas.
Já os portêineres têm uma estratégia de transporte muito mais meticulosa. Para se ter uma ideia do tamanho dos equipamentos, eles pesam cerca de 1,6 mil toneladas cada e podem atingir a altura de 123 metros. Em termos de comparação, o edifício Cap Ferrat, que fica na Avenida Epitácio Pessoa, no Embaré, têm 140 metros de altura e 36 andares.
Para a operação de descarga, foram instalados quatro trilhos e um contêiner que serviu como contrapeso para a retirada do equipamento. O primeiro portêiner foi puxado lentamente através de cabos de aço. A expectativa é que o trabalho dure até a próxima quarta-feira.
Esquema especial
A chegada do primeiro lote de equipamentos precisou de um esquema especial, que não será necessário no segundo carregamento, que chegará no sábado. Isto porque, ele será composto somente por transtêineres, que não precisam ser desmontados para entrar no canal de navegação do Porto de Santos.
No caso do primeiro, os detalhes foram definidos, em conjunto, entre a BTP, a Codesp, a Praticagem de Santos e a Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP). Tudo para que os equipamentos não encostassem na rede que distribui energia elétrica para o complexo santista.
De acordo com o presidente da Praticagem, Fábio Mello Fontes, que foi o condutor da embarcação até a sua atracação no cais da BTP, esta foi a operação mais difícil dos seus 43 anos de atuação no Porto de Santos. O peso da carga, a capacidade de navegação da embarcação e as condições de vento e correnteza foram os fatores que aumentaram a dificuldade da manobra.
“Foi como dirigir uma Kombi. Tinha pouco controle do navio por conta do seu modesto leme e dos seus 29 anos de navegação. Além disso, nunca um navio de grande porte havia chegado àquele extremo do Porto. Foi emocionante e ao mesmo tempo muito tenso”, explica o prático.
Fonte: A Tribuna / Fernanda Balbino
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