Insatisfeitos com o acordo fechado ontem com o governo federal, cerca de cem caminhoneiros autônomos fizeram uma passeata pacífica no início da tarde de ontem (26) no cais do Porto de Santos.
O protesto foi organizado pelo sindicato local da categoria, que afirma não ter sido notificado do acordo com o governo federal. As reivindicações são tabelamento do valor dos fretes e redução do preço do óleo diesel e do pedágio, com a suspensão do pagamento pelos eixos suspensos.
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Paralisação de caminhoneiros
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Ernesto Rodrigues - 24.fev.2015/Folhapress
O protesto causou lentidão na rua Augusto Barata, paralela ao cais, e no viaduto do Alemoa, que liga a rodovia Anchieta ao porto. Alguns caminhões que passavam pelos manifestantes buzinavam em apoio.
"Nós nem sabemos quem são essas pessoas que fecharam o acordo", afirma Leandro de Melo, 30, um dos diretores do sindicato. Para ele, é essencial a redução do preço do óleo diesel.
Na noite de ontem (25), o governo federal se comprometeu a manter congelado por seis meses o preço do diesel. "Mas quem garante que daqui a seis meses não vão aumentar de novo¿", questiona o caminhoneiro Leonardo do Nascimento, 36.
"Nós queremos um congelamento de pelos menos cinco, seis anos", diz Denison Alves da Silva, 30.
Para os participantes da passeata, o resultado da negociação de ontem ainda é tímido. "De imediato, a única coisa que vai resolver para nós é a questão do eixo erguido no pedágio. É uma migalha", diz Sérgio Maia, 53.
Maia reclama do preço dos fretes que, segundo ele, não mudam há seis anos, apesar da elevação do preço dos combustíveis e do pedágio.
Outra reclamação é que muitos pontos do acordo estão em aberto. Os caminhoneiros dizem ainda não saber quando entrarão em vigor as novas regras para o pedágio e tabelamento dos fretes, por exemplo.
Os manifestantes caminharam até o viaduto do Alemoa. A Polícia Militar impediu que eles seguissem pelo viaduto. Os caminheiros retornaram pela rua paralela ao cais.
O sindicato de Santos não tem outra passeata agendada. Essa foi a terceira manifestação organizada em Santos. O primeiro protesto, que aconteceu na última terça (24) acabou em tumulto, com um caminhão queimado.
Fonte: Folha de São Paulo/FERNANDA PERRIN DE SANTOS