A operação no Porto de Santos (SP) enfrentou, nos últimos dias, efeitos da ressaca do mar, ondas e ventania, que precisaram fechar o acesso ao atracadouro por cerca de 29 horas, somando os períodos de interrupção. A operação foi retomada, nesta quarta-feira (30), a partir das 9h30, com saída dos primeiros navios a partir das 10 horas. De acordo com a Praticagem de São Paulo, 15 embarcações permaneceram paradas durante o período. A paralisação começou na última segunda-feira (28), das 2h30 às 5h30. Na terça-feira (29), novamente o canal ficou fechado entre 2h e 11h15 e entre 16h45 e 9h30 de hoje. As ondas na barra chegaram a atingir a altura de 3,98 metros. O registro máximo dos ventos foi de 111 quilômetros por hora.
A maior paralisação no Porto de Santos, pelo mesmo motivo, ocorreu em agosto de 2016, quando o canal foi fechado durante 30 horas e o pico das ondas atingiu 4m40. Fábio Mello Fontes, presidente da Praticagem de São Paulo considera que é importante adotar essa estratégia para evitar riscos. “Proteção da navegação e segurança para o Porto de Santos, o meio ambiente e a comunidade são os cuidados adotados em conjunto pelas autoridades marítima e portuária e a praticagem”, comentou.
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Para o prático Carlos Alberto de Souza Filho, diretor de relações institucionais da Praticagem de São Paulo, essa paralisação não é normal, mas eventualmente acontece. Ele acrescentou que fenômenos meteorológicos estão cada vez mais extremos e que, neste episódio, foi registrada a maior altura de ondas pelos equipamentos da praticagem: 3m98.
"O período entre o intervalo de tempo entre duas cristas de onda estava prolongado e isso representa um risco para os navios, botando bater no fundo. Felizmente, temos sensores que medem altura e período das ondas, altura das marés, direção e intensidades dos ventos. Com isso, temos dados objetivos e concretos para nos prepararmos para esse tipo de emergência, assessorando a autoridade marítima no sentido de fechar o porto, liberar paulatinamente a navegação dependendo do calado dos navios e acompanhando em tempo real, proporcionando que as operações retomarem à normalidade com segurança”, destacou.
A Praticagem de São Paulo informou que, em comum acordo com a Capitania e a Autoridade Portuária de Santos (APS), resolveu liberar primeiro as embarcações que estavam atracadas para que outras pudessem entrar e ocupar os berços. Como a praticagem paulista tem capacidade para realizar até 80 manobras diárias, os práticos locais consideram que é possível aumentar o número de manobras no intervalo de tempo para desafogar o que foi represado, até entrar no ritmo normal.