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Navalshore

Cia. Docas esclarece plano de expansão

Medidas possibilitarão ao Porto de Angra dos Reis receber serviços de apoio ao Off Shore

ANGRA DOS REIS - O porto da cidade, após 12 anos de sua privatização, prepara-se para voltar a ser um dos principais vetores do desenvolvimento da cidade. Com a chegada da segunda arrendatária pós-privatização, a francesa Technip, que criou a empresa TPAR, se apresenta com planos ambiciosos. Quem relata é o gerente da Cia. Docas do Rio de Janeiro, Francisco José de Almeida Silva.
Em entrevista exclusiva ao A VOZ DA CIDADE, o gerente da autoridade portuária conta como serão os próximos anos e as fases do plano de expansão e investimentos no porto, para receber principalmente os serviços de apoio ao Off Shore da Bacia Sedimentar de Santos, em especial ao pré sal.
Francisco relata o sucesso da operação realizada pela Technip, apoiada pelo Porto de Angra, o lançamento do gasoduto submarino que liga o Campo de Mexilhão no pós-sal em profundidade de 200 metros ao Campo de Tupi, no pré-sal, a uma profundidade em torno de 2,2 mil metros, com distância de aproximadamente 300 quilômetros um do outro. A operação foi executada com sucesso no primeiro semestre de 2010. Nela, o Porto de Angra dos Reis movimentou mais de 100 mil toneladas de cargas em um período de seis meses.
Francisco acredita em uma saída técnica comercial que projete o porto como um dos mais importantes motivadores da economia e gerador de emprego e renda para Angra dos Reis. Ele afirma que a Cia. Docas está empenhada nos planos da operadora Technip em maximizar o atual espaço físico do porto e, imediatamente, iniciar sua expansão, com a construção do terceiro berço, incluindo uma área de aproximadamente 51 mil metros quadrados.
Recentemente, uma dragagem foi concluída na área de atracação e na bacia de evolução do porto. A dragagem durou três meses e retirou um volume  de 77 mil metros cúbicos de material, o que deixou o cais e a bacia de evolução com dez metros de profundidade. Este foi um dos investimentos na ordem de R$ 3,1 bilhões do governo federal, provenientes da Secretaria Especial de Portos (SEP), para portos do Rio de Janeiro, Angra, Itaguaí e outras cidades portuárias.
Segundo Francisco, o volume de dragagem nos portos do Brasil tem sido um dos maiores do mundo. Quanto aos projetos para produção de petróleo e gás, ainda existem algumas exigências. “Estes projetos precisam ser aprovados pela Cia. Docas e, em segunda instância, para outras atividades que incluiriam o Inea e o Ibama”, diz o gerente.
PROJETO PARA JANEIRO
O projeto de expansão do porto está previsto para iniciar em janeiro do  ano que vem, com o fechamento do entroncamento no final do cais, aumentando a área do porto em 51 mil metros quadrados. Com isso, os projetos com a Petrobras para 2013 estarão prontos para acontecer. A área de apoio operacional será aberta com a demolição do moinho e dos armazéns 1 e 2, abrindo espaço para a estocagem das cargas. O projeto depende de licença do Inea e todas as aprovações que estão em andamento.
Com a expansão, o porto ganhará o terceiro berço, com inauguração prevista para 2012. A segunda fase será a construção de um cais de 180 metros de extensão, previsto para 2014. A última fase será a conclusão do projeto até 2015, com mais um cais com 120 metros de largura e 500 metros de extensão.
ESCOLA TÉCNICA
Na área será construída a escola técnica que dará apoio à Technip para formação de mão de obra especializada. A nova escola será uma parceria da empresa operadora do porto, Cia. Docas, e o município atendendo a uma grande parcela da população que queira entrar no mercado de Off Shore. No mesmo espaço, o projeto prevê a instalação de uma fábrica de tubos flexíveis, a exemplo da cidade de Vitória (ES), onde os profissionais passarão pela escola técnica que será aberta para a população e a participação dos trabalhadores portuários, onde abrirá um mercado de aproximadamente dois mil empregos. 
Hoje, a Cia. Docas mantém o porto voltado para as atividade de cargas gerais e o setor Off Shore. Para isso, a companhia aguarda que a Ferrovia Centro Atlântica (FCA) tenha o ramal de acesso à cidade liberado para o trânsito de vagões. Por causa da interrupção da linha férrea, o porto não tem um planejamento para movimentação de outras cargas. Francisco explica que não há restrição quanto a nenhum tipo de carga. “O contrato de arrendamento exige que a Technip opere com outras cargas”, afirma o gerente da autoridade portuária.
Atualmente, o porto atende à empresa Gerdau e o restante das cargas são do setor Off Shore. Com a dragagem do porto e a liberação da ferrovia, a Cia. Docas espera refazer os contatos com as empresas para escoamento das cargas através do Porto de Angra.
Francisco lembrou a importância da atividade portuária para a economia brasileira com a grande festa em comemoração ao aniversário de 100 anos do Porto do Rio de Janeiro, em julho. Ele informou também sobre a participação da empresa Technip como expositora na Rio Oil e Gás, principal evento de Petróleo e Gás da América Latina, realizado a cada dois anos no Centro de Convenções do Riocentro.

Fonte:A Voz da Cidade


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