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Cipp só deve ser usado plenamente em 2050

Infraestrutura para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém avançar está traçada, mas precisa sair do papel

Com 13.300 hectares, o correspondente a praticamente metade da área urbana de Fortaleza, o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), deve levar cerca de 40 anos para ser totalmente ocupado. Ou seja, somente em 2050 o CIPP deverá está com sua capacidade industrial plena, se as empresas pensadas e cobiçadas para se instalar no Ceará, aportarem no Estado.

A previsão de utilização plena desse parque industrial está prevista no Plano Diretor (PD) do Cipp, elaborado, mas em constante evolução, pela Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinfra). Na 17ª revisão, da quarta edição, desde que foi iniciado em 1993, o PD do Cipp, define, inicialmente, os conceitos de uso e ocupação da área, bem como prevê os impactos sócio-econômicos e ambientais causados pela construção e operação dos projetos e empreendimentos industriais a serem implantados no parque.

Com base no atual plano diretor, já se prevê, por exemplo, que para abastecer as empresas pensadas para ocupar os quatro mil hectares da Zona de Processamento das Exportações (ZPE) serão necessários, pelo menos, 800 litros de água bruta, por segundo. Esse é o mesmo volume demandado pelas termoelétricas em instalação na área do porto.

A refinaria de Petróleo Premium II vai precisar de 1,3 m³, ou 1.300 litros/seg, enquanto a Companhia de Siderúrgica de Pecém (CSP), irá necessitar de 1,5 m³, ou 1.500 litros de água bruta, por segundo.

Com vazão de apenas mil litros por segundo no centro de distribuição da Cagece, no CIPP, a água do açude Castanhão, a ser bombeada através do Eixão, será crucial para suprir a demanda futura estimada em 8,8 m³ de água bruta. Somente as térmicas, a refinaria e a siderúrgica demandarão quase cinco metros cúbicos por segundo.

Energia e transporte

Com oferta de 100 MVA, dos quais 25 MVA são disponíveis ao Porto do Pecém e 75 MVA, para os demais empreendimentos, energia elétrica, aparentemente não será problema, já que o sistema é interligado com as fontes geradoras, nacionalmente.

"O que falta são os ramais de distribuição, que serão instalados pela Coelce, à medida em que forem sendo demandados pelas empresas", explicou o Engenheiro Roberto Araripe, da Coordenadoria de Transportes e Obras da Seinfra, após explanação do PD do CIPP, na tarde de ontem, no Centro Industrial do Ceará (CIC).

Para empresários filiados à entidade, Araripe falou também dos projetos de expansão rodoferroviários, que terão na Transnordestina uma das principais via de escoamento da produção das empresas e cargas do Porto.

Segundo ele, os estudos prevêem a duplicação de 20 quilômetros da CE-422, um desvio de 12 Km da rodovia Estruturante e a construção de mais oito Km de estrada para transporte exclusivo de placas de aço da siderúrgica, além de 80 Km de vias secundárias e 20 Km de avenidas internas no CIPP.

O plano diretor sugere ainda, uma série de obras de drenagem e tubulação com capacidade de 2,2 m³ /seg de efluentes industriais e 0,2 m³, de capacidade para dejetos sanitários, além da construção de um emissário submarino com 4,5 km de extensão, mar adentro.

Para a presidente do CIC, a empresária Roseana Oliveira de Medeiros, "o Plano Diretor está no caminho certo, mas precisa projetar também para o entorno do Cipp". "É importante que os empresários saibam o andamento das coisas", frisou.

O que está previsto

Ocupação plena no ano de 2050;

Fornecimento de 8,8 m³ de água bruta;

Construção e duplicação de 40 km de rodovias;

Construção de 80 km de vias internas;

Implantação da Ferrovia Transnordestina e de mais 3,5 km de ramais ferroviários;

100 MVA de energia elétrica, além de linhas de distribuição;

Capacidade de esgotamento sanitário de 0,2 m³ e de 2,2 m³ para efluentes industriais;

Construção de emissário submarino de 4,5 km e capacidade de 1 metro de diâmetro.

Fonte: Diário do Nordeste (CE)/CARLOS EUGÊNIO






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