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Codesp abre processo para apurar vídeo, mas mantém contrato suspeito

A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), estatal que controla o porto de Santos, abriu sindicância para apurar o vazamento de um vídeo em que um assessor da presidência relata supostas negociatas em contratos do porto. Um dos contratos, assinado antes de o vídeo vazar, continua em vigor. Procurada, a Codesp não retornou até o fechamento desta edição. O relatório da sindicância deverá ser apresentado em 30 dias, contados desde a última sexta-feira.

Carlos Antonio de Souza era assessor do presidente da Codesp, Alex Oliva, mas estava cedido à diretoria administrativa e financeira da estatal, da cota do deputado federal Marcelo Squassoni (PRB-SP), coordenador da campanha de Celso Russomanno (PRB) à Prefeitura de São Paulo.


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No vídeo, Souza diz a um interlocutor que vai lançar o “TR” — que, pelo contexto, seria o termo de referência, passo que antecede uma licitação — para contratar uma empresa para digitalizar os documentos da Codesp. “Eu percebi que não tem nada digitalizado, peguei o Mario Jorge...o Mario Jorge, tá...um contrato de R$ 80 milhões de digitalização, já fiz TR e daqui uns 15 dias tá na rua”, diz no vídeo.

Em agosto a Codesp fez um pregão eletrônico para contratar o serviço. Ganhou a empresa MC3 Tecnologia e Logística, cujo presidente é Mario Jorge Paladino, pelo valor de R$ 7,3 milhões. O contrato foi assinado na semana passada e continua ativo, conforme o site da Codesp.

No mesmo vídeo Souza faz menção a contratos de dragagem do porto, sem identificar quais. Recentemente a empresa Dragabras venceu uma licitação feita pela Codesp ao ofertar R$ 72 milhões. Nesta semana, o conselho de administração da Codesp decidiu adiar a análise do contrato para o próximo dia 6 de outubro, quando ocorre nova reunião do conselho.

No fim de semana passada, Russomanno obteve uma decisão liminar obrigando o Facebook a excluir o perfil "Lava Jato Guarujá já", que publicou um vídeo anônimo. O material "denigre a imagem de pessoas públicas, incluindo candidatos que disputam cargos nas eleições deste ano", disse nota enviada pela assessoria do deputado federal Marcelo Squassoni. A nota não identifica o conteúdo do vídeo.

A decisão foi concedida pelo juiz eleitoral de São Paulo, Márcio Teixeira Laranjo, e levou em conta o fato de o perfil ser anônimo.

Fonte: Valor






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